Vivemos numa Europa em transformação constante. A guerra da Ucrânia, o “Brexit” e a crise dos refugiados são fenómenos que motivam a reflexão e o questionamento. Sobre o que é a Europa, o que é ser europeu e qual é a importância de viver num continente coeso e uno. No entanto, é impossível entender o presente sem conhecer o passado que lhe antecedeu.

É assim que ganha forma Quando as paredes falam, exposição da Casa da História Europeia, que contaa história do último século do velho continente em 150 posters. Há propaganda das Grandes Guerras e da Guerra Fria, protestos anti-racismo, luta pelos direitos humanos e publicidade a eventos culturais e desportivos. A história dos últimos cem anos de uma Europa cujos contornos se foram alterando a cada década.

“Os posters oferecem visões inestimáveis sobre a vida europeia e o que é ser europeu. Podem revelar histórias mais sombrias de como a sociedade tem sido moldada por forças económicas e políticas.” Num comunicado de imprensa enviado ao P3, Perikles Christodoulou, curador principal da exposição, explica a importância de Quando as paredes falam: estes posters, diz, são “cronistas do seu tempo” pela forma como ilustram “desenvolvimentos económicos e sociais, movimentos políticos e eventos que dão forma ao nosso mundo”.

Disponível em inglês, francês, holandês e alemão, a mostra contempla ainda um plano educacional cujo intuito é encorajar os visitantes a avaliar a evolução da Europa através de estações interactivas em que todos podem desenhar os próprios posters ou contextualizar as obras que viram expostas. A exposição conta com uma série de talks, que culminam na última Posters como uma ferramenta de propaganda em regimes totalitários. Em Outubro, são exibidos os filmes Europe 51, de Roberto Rosellini, Europa, de Lars von Trier e Europa, Europa, de Agniezska Holland.

Quando as paredes falam está aberta a visitas todos os dias da semana até ao 13 de Novembro e a entrada é livre. Para grupos de dez pessoas ou mais é necessária inscrição prévia.

Texto editado por Amanda Ribeiro