Nos álbuns dos estudantes de uma das turmas de 2021/22 em Chernihiv, no Norte da Ucrânia, ficarão os seus retratos entre ruínas. Os destroços das antigas casas e escolas da cidade, destruídas por bombardeamentos russos, pintam o cenário sombrio num dia que deveria ser de celebração. 

Aos 25 anos, Stanislav Senyk, pouco mais velho que os jovens por si fotografados, quis documentar a história de 40 finalistas formados nas escolas de Chernihiv. "Tenho a certeza de que era muito importante guardar isso na memória", afirmou, em entrevista à agência Reuters. "Daqui a 10, 15 anos, quando tiverem filhos, poderão mostrar-lhes essas fotografias", explicou, usando as imagens como mais um símbolo da resistência da população ucraniana. 

Uma das estudantes, Olha Babynets, de 17 anos, admite ter sido "muito difícil" para todos estar entre as ruínas da própria cidade, mas garantiu que todos mantiveram a vontade de mostrar o que viveram. "Queríamos mostrar a nossa dor, que está lá, nunca diminui", disse, citada pela Reuters.

Stanislav Senyk tirou cada fotografia num lugar diferente da cidade, o que evidencia que "Chernihiv está basicamente em ruínas". A sua intenção é agora vender os retratos para angariar dinheiro para o Exército ucraniano.