As Estrelas do Caminho: nove murais (e histórias) em nove etapas do Caminho de Santiago
A artista galega Lula Goce e o português Daniel Eime retratam nove protagonistas do Caminho de Santiago em murais de nove etapas do caminho português.
Depois de a iniciativa As Estrelas do Caminho ter estreado em 2021 (inicialmente com 140 quilómetros), a exposição ao ar livre estende-se por 230 quilómetros, compreendendo também o Caminho Português, entre o Porto e Santiago de Compostela, com paragens em Matosinhos, Barcelos, Ponte de Lima e Rubiães. A iniciativa — da cervejeira galega Estrella Galicia — visa prestar homenagem a todas as pessoas que mantêm vivo o espírito do Caminho de Santiago e conta com dois artistas: a galega Lula Goce e o português Daniel Eime.
As Estrelas do Caminho é uma homenagem aos peregrinos que mantêm vivo o espírito do Caminho de Santiago num Xacobeo (também conhecido por Ano do Jubileu Compostelano) que, excepcionalmente, durará dois anos.
Há um ano, a exposição começou a desenhar-se nas últimas sete etapas do Caminho Francês (um dos caminhos de Santiago mais populares, também conhecido como Caminho das Estrelas). Agora, o percurso artístico chega a Portugal e terá murais ao ar livre pintados por Lula Goce e pelo writer Daniel Eime. Os murais serão pintados em locais visíveis, tais como fachadas ou pontes, sendo que as paragens no lado espanhol são Tui, O Porriño, Pontevedra, Caldas de Reis e Padrón.
Os protagonistas destes murais, que podem ser vistos pelos peregrinos, são nove pessoas com nove histórias de resistência ligadas ao Caminho, à tradição e à terra, que foram capazes de lidar com todas as dificuldades que enfrentaram. Entre eles, Joaquim Sá, um atleta de Rubiães, com 74 anos, que fez o percurso de ida e volta do caminho em várias ocasiões; Andrea Gonzalez, de Tui, pianista e gestora cultural premiada que entrou no ranking das cem Melhores Mulheres Líderes em Espanha; ou Enrique Ocampo, de Caldas de Reis, o sineiro que moldou os sinos da Catedral de Santiago seguindo a tradição da sua família desde 1630.
“A história da Galiza e de Portugal é a história de dois povos irmãos, que têm mantido um laço indissolúvel ao longo dos séculos, tendo o Caminho como elo fundamental. O diálogo é uma parte essencial desta viagem, como elo de ligação entre pessoas de diferentes países e culturas, que partilham uma multiplicidade de experiências na sua viagem a Santiago de Compostela”, lê-se em comunicado.
O diálogo é então o fio condutor desta exposição: “O Caminho de Santiago não pode ser compreendido sem as pessoas que fizeram dele a experiência que ele é, e que tem sofrido ao longo dos séculos. Por esta razão, quisemos fazer do diálogo um dos temas centrais da exposição, promovendo a ideia de uma experiência de colaboração e irmandade entre povos, culturas e pessoas”, explica Goretti Castro, gerente de Cultura, Gastronomia e Origem da Estrella Galiza.
Nas proximidades de cada mural será colocado um marco, com informação detalhada sobre cada pessoa retratada. Estes novos marcos farão parte da nova rota artística do caminho.