Um dia (ou uma noite) no museu

São 18 as profissões que aqui se dão a conhecer. Todas ligadas ao funcionamento dos museus, da equipa de limpeza à curadoria e montagem. Espaços para toda a gente. Entrem.

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Catarina Correia Marques
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Capa de “O Que se Faz no Museu?”, editado pela Lilliput Catarina Correia Marques

Depois do Dia dos Museus (18 de Maio) e antes do Dia da Criança (1 de Junho), escolhemos um livro que junta ambos. O Que se Faz no Museu? é uma visita guiada ao mundo dos museus dirigida às crianças. De dia ou de noite.

A autora, Mariana Ramos, desafiada pela editora Célia Louro a escrever um livro para a infância sobre as profissões relacionadas com os museus, questionou-se: “O que é um museu? Para que serve? Quem trabalha lá? Como funciona?”, conta ao PÚBLICO. Depois, explica como foi nascendo o texto: “Ao tentar responder a estas perguntas, fomos enumerando algumas das profissões que nos podiam ajudar a responder. Uma das preocupações foi mostrar que os museus são espaços para todas as pessoas sem discriminação e que existem para todos os gostos.”

Escolheram cerca de 18 profissões, a partir das quais se pode “falar dos vários tipos de museus que existem, sejam ligados à história, ciência ou arte”. A arte-educadora lembra que “algumas das profissões descritas são quase invisíveis ao visitante, mas são transversais a todos o museus, ajudando a perceber melhor como funcionam”. Ainda que trabalhe com museus há bastante tempo, como artista e como mediadora cultural, a autora revela ter havido bastante investigação sobre as profissões.

Aproveitei contactos de alguns amigos e conhecidos que tinham essas profissões para ter um retrato mais fiel.” Dois exemplos: a conservadora Zezinha e o físico-matemático. Este último, uma homenagem ao seu pai, que a ilustradora “representou com um ar bastante mais jovial”.

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Um livro feito de traços

Escutemos agora quem assina as imagens, Catarina Correia Marques. “O convite para ilustrar este livro surgiu quando eu estava isolada num pequeno apartamento em Lisboa com os meus rapazes, mas rapidamente o espaço se encheu de personagens. Foi o estímulo de que eu precisava”, descreve ao PÚBLICO por email. E desenvolve, quando queremos saber escolhas e técnica: “Um livro que falava de pessoas, de feições, de traços só poderia ser feito disso mesmo... traços... por isso, o lápis.”

Mais um pouco do processo: “A mancha do lápis dava o dramatismo e a energia que eu pretendia para as personagens. Nos primeiros esboços, a linha era solta, mas, quando passava a uma segunda fase na procura de um desenho mais limpo, parecia que algo se perdia. O traço já não era tão solto.”.

Acabou por optar “tornar os esboços na própria ilustração”. Ou seja, “um desenho sem filtros, sem ensaios, mais cru”. Depois, apercebeu-se de que “precisava de uma paleta de cores planas que fizesse a textura do lápis sobressair”. E assim “nasceram estes dois livros, O Que se Faz no Museu? e O Que se Faz no Teatro?”, da mesma colecção, sendo o texto relativo ao teatro assinado por Duarte Silva. Duas viagens felizes por diferentes bastidores.

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