Subida de custos leva restauração a aumentar preços até 15%

Inquérito da Ahresp, associação do sector, mostra que 57% das empresas de restauração e similares sofreram um aumento de 15% a 30% dos custos operacionais, e que 86% já subiu o preço de venda aos clientes.

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Associação defende descida do IVA para 6% de forma temporária. Daniel rocha

Das empresas de restauração e similares que responderam ao último inquérito da associação do sector, a Ahresp, 86% já subiram o preço cobrado aos clientes, tendo 77% destes inquiridos aumentado a factura num intervalo que vai até aos 15%, enquanto outros 23% já subiram entre 15% e 30%.

A explicação para este incremento está, segundo os dados da Ahresp - Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal, nos efeitos da invasão da Ucrânia e da inflação, com 57% dos inquiridos a darem nota de que os seus custos operacionais (como matérias-primas, transporte e energia) cresceram entre 15% e 30%, seguindo-se outros 20,4% a afirmarem que a subida foi de 30% a 50%.

No inquérito, realizado entre 2 e 16 de Maio, 73% das empresas referem que já sentiram escassez de produtos considerados essenciais para a sua actividade. Segundo a Ahresp, estes dados mostram “uma forte contenção por parte das empresas, que preferem esmagar margens a fazer recair o significativo aumento de custos junto dos clientes”.

Entre as potenciais medidas de apoio ao sector elencadas pela associação, a esmagadora maioria (85%) optou pela passagem da taxa intermédia do IVA (13%) para a taxa reduzida (6%), algo que aconteceria durante um período temporário. Esta tem sido, aliás, uma das bandeiras da Ahresp, mas que não tem tido acolhimento por parte do Governo.

Do lado das empresas de alojamento (que engloba negócios de alojamento local e hotelaria), a subida de custos é menos expressiva, com 47% dos inquiridos a darem nota de um aumento dos 0% aos 15%, e 50,5% a reflectir os efeitos na factura. De acordo com a Ahresp, 84% dos inquiridos deste grupo subiram os preços entre 0% e 15%.

Em comunicado, esta associação destaca que “63% das empresas de restauração e similares e 39% das empresas de alojamento continuaram a registar quebras no primeiro quadrimestre de 2022, face ao período homólogo de 2019”.

Olhando os meses de Verão que se aproximam, “o inquérito conclui que para 47% das empresas de restauração e 73% das empresas de alojamento este será igual ou melhor do que em 2019. Já para 39% das empresas de restauração será pior”.

Em paralelo, a Ahresp destaca que “um dos maiores problemas, além do aumento de custos, é a falta de trabalhadores”, acrescentando que o inquérito demonstra que, “pela ausência continuada de trabalhadores suficientes, 53% das empresas de restauração e 26% das empresas de alojamento indicam que pode vir a estar em causa a boa prestação e qualidade” dos serviços disponibilizados.

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