Turismo recebe boas notícias com receitas por quarto ocupado acima do pré-covid

Rendimento médio por quarto ocupado atingiu os 74,3 euros em Março, 4,4% acima do valor de idêntico mês de 2019. Já o rendimento médio por quarto disponível ainda está inferior em 7,4%, situando-se nos 31,3 euros.

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Proveitos totais chegaram aos 233,9 milhões de euros em Março Nelson Garrido

Não é ainda o regresso ao cenário de 2019, mas os alojamentos turísticos contabilizados pelo INE tiveram em Março um rendimento médio por quarto ocupado superior ao do período anterior à pandemia. Ou seja, ainda há menos turistas e muitos quartos desocupados, mas quem esteve alojado pagou mais face a Março em 2019.

Segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE (que já avançara com uma estimativa rápida, sem valores de receita), o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 74,3 euros, 4,4% acima do valor de idêntico mês de 2019. Já o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) “situou-se em 31,3 euros em Março”, menos 7,4% face a 2019. De resto, os dados confirmam a manutenção da recuperação do sector depois da declaração de pandemia da covid-19 em Março de 2020.

Os proveitos totais dos estabelecimentos de alojamento turístico (o INE não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de dez camas) chegaram aos 233,9 milhões de euros, “dos quais 168,8 milhões de euros relativamente a aposento”, ficando 5,8% abaixo de Março de 2019. Numa análise trimestral, os proveitos totais foram de 494 milhões de euros, o que representa uma descida de 16%. Lisboa tem a diferença mais significativa, com -28%, e os Açores são quem ficou mais perto dos valores de 2019, com -2%.

O sector do alojamento turístico, refere o INE, “registou 1,6 milhões de hóspedes e quatro milhões de dormidas” em Março deste ano, disparando 464% e 543% face a 2021 (período de forte impacto da pandemia). Comparando com Março de 2019, “os hóspedes diminuíram 15,3% e as dormidas decresceram 12,7%”.

O mercado interno “contribuiu com 1,3 milhões dormidas e aumentou 191,5% e os mercados externos contribuíram com 2,7 milhões de dormidas”, o que resultou num salto de 1436%. Mesmo assim, comparando com 2019, todas a regiões “apresentaram diminuição do número de dormidas”, com destaque para o Algarve (-18,8%) e para a Área Metropolitana de Lisboa (-16,2%).

Lisboa, diz o INE, registou 922 mil dormidas, o que equivale a 22,9% do total, mas ainda com valores abaixo dos de Março de 2019, tanto ao nível de residentes (-9,6%) como de estrangeiros (-20%). Ainda assim, Lisboa “concentrou 27,5% do total de dormidas de não residentes registadas no país”.

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