Elon Musk diz que reverterá bloqueio de Trump no Twitter

Para Musk, que deverá ser o futuro proprietário do Twitter, a decisão foi “moralmente má e extremamente insensata”.

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“Penso que não foi correcto banir Donald Trump", afirmou Musk Reuters/@realDonaldTrump

Elon Musk, actual presidente executivo da Tesla e da SpaceX, disse que reverterá o bloqueio ao antigo Presidente Donald Trump no Twitter, caso a compra da rede social avance.

A informação foi avançada durante uma conferência do jornal britânico Financial Times sobre o futuro do mundo automóvel. Para Musk, banir o antigo Presidente dos Estados Unidos foi um erro: “Penso que foi uma decisão moralmente má e extremamente insensata”, declarou no evento Future of the Car, notando que a compra do Twitter deve ser finalizada nos próximos três meses.

O Twitter baniu Trump na sequência dos motins de 6 de Janeiro de 2021 por incitação à violência.

“Penso que não foi correcto banir Donald Trump. Penso que foi um erro... Alienou uma grande parte do país e, no fundo, não levou a que Donald Trump deixasse de ter uma voz”, defendeu Musk esta terça-feira. “Eu reverteria a decisão.”

Desde a expulsão, Trump tem dito publicamente que não voltaria ao Twitter mesmo que fosse autorizado. Actualmente, o ex-líder dos EUA comunica através da Truth (inglês para verdade), uma rede social lançada em Fevereiro de 2022 para manter o contacto com os seus apoiantes.

No entanto, aquela rede social tem bem menos utilizadores que o Twitter. Segundo dados compilados em Abril pela analista Thinknum data, a Truth conta com cerca de 513 mil utilizadores diários. É um número significativamente mais pequeno que os 217 milhões de pessoas que usam o Twitter diariamente.

Musk denuncia “políticas de esquerda"

Além de autorizar Donald Trump a regressar ao Twitter, Elon Musk reiterou críticas de que as políticas do Twitter são enviesadas. “O Twitter tem de ser mais equilibrado”, argumentou Musk na conferência do Financial Times. “Actualmente, [o Twitter] está muito orientado para [políticas de] esquerda.”

Desde que avançou com uma proposta de compra da rede social que Elon Musk tem defendido que o objectivo não é obter lucro, mas sim proteger a liberdade de expressão online. Aos olhos do empresário, que se vê como um “déspota” da liberdade, as regras de moderação da plataforma para prevenir discurso de ódio e informação falsa chegaram à censura. “Estou preocupado com a parcialidade do ‘algoritmo do Twitter”, escreveu na rede social em meados de Março.

Para Musk, aquilo que as pessoas escrevem no Twitter só deve ser apagado se for ilegal e a forma como a rede social funciona deve ser óbvia para todos. “O algoritmo do Twitter tem de ser partilhado em código aberto”, insiste, repetidamente.

O empresário espera que a compra do Twitter seja finalizada nos próximos meses. Menos de duas semanas depois de se ter tornado no principal accionista do Twitter, o multimilionário Elon Musk apresentou uma proposta para comprar as restantes acções da rede social. O negócio ronda os 40 mil milhões de euros (cerca de 49,80 euros por acção).

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