Estados Unidos
O direito ao aborto está sob ameaça nos EUA. Por isso, milhares saíram à rua
Em 1973, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos aprovou o direito ao aborto até às 24 semanas de gestação — mas agora, 49 anos depois, esta decisão pode ser revertida. A notícia foi avançada pelo jornal norte-americano Politico, com base numa fuga de documentos internos do tribunal que mostravam uma maioria dos votos a favor da decisão.
Redigido pelo juiz conservador Samuel Alito, com data de 10 de Fevereiro — e cuja publicação (com negociações e revisões) está prevista para 30 de Junho —, o documento pode fazer o país voltar a uma situação semelhante à anterior a 1973, quando cabia a cada Estado decidir se permitia ou não a interrupção voluntária da gravidez.
Sobre o tema, Joe Biden referiu que a sua administração está pronta a proteger o direito ao aborto e apelou aos eleitores para “elegerem candidatos que defendem o direito ao aborto em Novembro”, quando há eleições intercalares.
Por todo o país, uma onda de protestos estalou. Em Geórgia, Washington ou Arizona, fotógrafos da Reuters e da EPA captaram as marchas que levaram milhares às ruas inundadas de cartazes e faixas que apelavam ao direito de escolha. Um objecto constante: a cruzeta (utilizada em abortos caseiros). "Nunca mais", pedem.