Enfermeira ucraniana que perdeu as pernas celebra casamento e a primeira dança nos braços do marido
Jovem casal sobreviveu a explosão de uma mina terrestre. Casaram esta semana num hospital em Lviv. Oksana Balandina tem uma longa recuperação pela frente.
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Os recém-casados Oksana Balandina e Viktor Vasyliv partilharam a sua primeira dança de casamento numa enfermaria em Lviv, na zona ocidental da Ucrânia. A jovem enfermeira ficou gravemente ferida durante a explosão de uma mina terrestre e os médicos tiveram de lhe amputar as duas pernas.
É um momento que estes dois jovens, ambos com 23 anos, nunca imaginariam vir a partilhar há apenas algumas semanas. Oksana Balandina perdeu as duas pernas depois de ter ficado ferida na explosão de uma mina terrestre, no final de Março, quando o casal caminhava para casa em Lysychansk, na região oriental de Lugansk.
Casaram esta semana e, mesmo com a incapacidade física da mulher, celebraram a primeira dança como casados. O momento foi partilhado num vídeo publicado pelo Parlamento da Ucrânia na conta oficial do Twitter.
“Só lhe consegui dizer: ‘Olha!’, contou Oksana Balandina, ao recordar o momento do acidente. “Ele olhou para mim quando a mina explodiu. Eu caí com a cara no chão. Havia um ruído extremo na minha cabeça. Virei-me e comecei a rasgar a minha roupa para ser mais fácil respirar”, explicou a jovem.
Viktor, que seguia um pouco atrás, ficou ileso. “Quando aconteceu, fiquei desesperado, não sabia o que fazer. Olhei para ela e vi que não se mexia”, recorda.
Oksana passou o último mês a ser tratada em vários hospitais no país. Já no final dos tratamentos, os médicos tiveram de lhe amputar ambas as pernas e quatro dedos da mão esquerda. “Eu não queria viver assim. Tenho dois filhos e não queria estar assim. Não queria que eles me vissem assim”, disse a enfermeira aos jornalistas.
Os dois filhos - um rapaz com 7 anos e uma rapariga com 5 - estão agora com os avós, na região de Poltava, no centro do país. Depois de celebrar o seu casamento no hospital, o casal espera conseguir viajar até à Alemanha, onde a jovem vai receber próteses e passará por um longo processo de reabilitação.
“Quero voltar para a nossa cidade, Lysychansk, mas falando francamente, estou preocupada com os meus filhos. Quando a guerra acabar, vai haver muitas coisas para fazer, tanta coisa a acontecer. O caminho foi minado...é assustador”, disse ela.