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O azul é a cor mais rara na natureza

Animais raramente têm a cor azul. Estruturas microscópicas presentes em penas, escamas e conchas dispersam a luz e brindam os olhos humanos com uma cor que, na verdade, não é real (salvo uma excepção).

 

Borboleta Morpho peleides Getty Images
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Borboleta Morpho peleides Getty Images

O azul, tão evocado em versos e pinturas, tão comum nos catálogos de roupas e objectos decorativos, é uma cor muito rara em seres vivos. Menos de uma em cada 10 plantas possui flores azuladas. E ainda menos animais apresentam este matiz. Reunimos nesta galeria exemplos icónicos de anfíbios, aves, celenterados, crustáceos, insectos, peixes e répteis que apresentam, aos nossos olhos, esta coloração. “É de um azul puríssimo”, podia-se dizer, citando um verso de um poema de Eugénio de Andrade.

Mas, para sermos exactos, estes azuis não o são verdadeiramente. A tonalidade que os nossos olhos vêem é fabricada através de um processo chamado dispersão de Rayleigh. Neste fenómeno, estruturas microscópicas presentes em penas, escamas e conchas interferem no comprimento de onda da luz. A borboleta-azul, por exemplo, possui asas cobertas por delicadíssimas escamas em forma de crista que fazem com que o único cumprimento de onda reflectido seja o azul. Teria uma cor diferente se as escamas tivessem a forma côncava ou convexa.

Um fenómeno semelhante de dispersão da luz acontece com certos pássaros. Tomemos como exemplo o gaio-azul  (Cyanocitta cristata): cada uma das suas penas apresenta estruturas microscópicas, na forma de missangas, dispostas de uma tal maneira que os comprimentos de onda são “espalhados” à excepção daquele que é responsável pelo azul. Há uma excepção na natureza, contudo: a borboleta da espécie Nessaea obrinus​ é considerada o único animal a produzir um pigmento real, “de um azul puríssimo”, chamado pterobilina. 

Sapo venenoso <i>Ranitomeya imitator</i>
Sapo venenoso Ranitomeya imitator Getty Images
Imagem ampliada das asas de uma borboleta <i>Morpho peleides</i>
Imagem ampliada das asas de uma borboleta Morpho peleides Getty Images
Peixe <i>Betta splendens</i>
Peixe Betta splendens Getty Images
Safira-de-cauda-dourada <i>Chrysuronia oenone</i>
Safira-de-cauda-dourada Chrysuronia oenone Getty Images
Catatua <i>Calyptorhynchus banksii</i>
Catatua Calyptorhynchus banksii Getty Images
Sapo venenoso <i>Dendrobates tinctorius "azureus"</i>
Sapo venenoso Dendrobates tinctorius "azureus" Getty Images
Borboleta <i>Morpho peleides</i> a sair do casulo
Borboleta Morpho peleides a sair do casulo Getty Images
Cavalo-marinho barrigudo <i>Hippocampus abdominalis</i>
Cavalo-marinho barrigudo Hippocampus abdominalis Getty Images
Lorio-arco-iris <i>Trichoglossus haematodus</i>
Lorio-arco-iris Trichoglossus haematodus Getty Images
Donzela-de-barriga-amarela <i>Chrysiptera hemicyanea</i>
Donzela-de-barriga-amarela Chrysiptera hemicyanea Getty Images
Peixe <i>Betta splendens</i>
Peixe Betta splendens Getty Images
Pavão <i>Pavo cristatus</i>
Pavão Pavo cristatus Getty Images
Lagosta azul no fundo do mar
Lagosta azul no fundo do mar Getty Images
Pavão <i>Pavo cristatus</i>
Pavão Pavo cristatus Getty Images
Um olho de uma iguana em grande plano
Um olho de uma iguana em grande plano Getty Images
Coruja
Coruja Getty Images
Pormenor da pele de um camaleão
Pormenor da pele de um camaleão Getty Images
Medusas
Medusas Getty Images
Penas de um aitaca-de-cabeça-azul <i>Pionus menstruus</i>
Penas de um aitaca-de-cabeça-azul Pionus menstruus Getty Images
Víbora <i>Trimeresurus insularis</i>
Víbora Trimeresurus insularis Getty Images
Lesma-do-mar <i>Glaucus atlanticus</i>
Lesma-do-mar Glaucus atlanticus Getty Images
Pássaro azul
Pássaro azul Getty Images
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Arara-azul-grande <i>Galathea strigosa</i>
Arara-azul-grande Galathea strigosa Getty Images
Lagosta <i>Galathea strigosa</i>
Lagosta Galathea strigosa Getty Images