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“Tornar a Rússia de novo grandiosa”: quando o Moskva passou por Lisboa
O cruzador Moskva, que naufragou na semana passada no mar Negro, passou por Lisboa em Janeiro de 2008, numa "visita de cortesia". À data, um regresso da frota russa a mares que não navegava desde o final da Guerra Fria.
Em Janeiro de 2008, o Moskva passou por Lisboa, num sinal de "diplomacia naval", mas também em demonstração do poder militar de Moscovo. A embarcação, conhecida como Slava (palavra russa para Glória), naufragou na passada quinta-feira e era símbolo da força russa desde os tempos da União Soviética.
A "visita de cortesia", e não oficial, à capital portuguesa, seguiu-se a uma série de exercícios de guerra no Atlântico Norte, ao lado de outras frotas de países da NATO. A Marinha chegou a executar treinos com a armada russa que incluía o porta-aviões Almirante Kuznetsov (capaz de transportar 47 aviões de combate e dez helicópteros), dois destroyers anti-submarinos e o cruzador de mísseis Moskva, a "jóia da frota russa" no mar Negro.
O Moskva esteve atracado no porto da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa, por três dias e foi possível visitá-lo.
Em Dezembro de 2007, o Ministério da Defesa russo afirmou ter como objectivo "assegurar a presença naval no Nordeste do Atlântico e no mar Negro e estabelecer condições de segurança para a navegação russa", sinalizando a intenção de Moscovo de voltar a ter uma presença constante em zonas que a Rússia não frequentava desde o final da Guerra Fria.
Uma "prova da vontade de Putin 'tornar a Rússia de novo grandiosa'", escrevia o PÚBLICO em 2008. Carolina Amado