Palcos da semana

O Porto dança com o festival DDD e vê a grande exposição “não-autorizada” de Banksy. Leiria entra numa Ronda de poesia em liberdade, Lisboa põe Os Filhos em cena e Nitin Sawhney anda pelo país com Immigrants.

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Boris Charmatz dança Somnole no DDD Marc Domage
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A exposição Banksy: Genius or Vandal? chega ao Porto DR
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Nitin Sawhney faz uma minidigressão motivada pelo álbum Immigrants Nina Manandhar
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Custódia Gallego, João Lagarto e Maria José Paschoal dão vida à peça Os Filhos FILIPE FIGUEIREDO
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Aldina Duarte participa no Ronda - Leiria Poetry Festival Isabel Pinto

DDD, o reencontro

Clara Andermatt e João Lucas a abrir com Pantera. Meg Stuart com queda para testar o tempo em Cascade. Christian Rizzo a pôr os bailarinos de costas para o público. Boris Charmatz a dançar sozinho em Somnole, antes de assumir a direcção do Tanztheater Wuppertal Pina Bausch. Bruno Beltrão numa batalha urbana sem título. Diana Niepce a “reconstruir” a sua fisicalidade depois de um acidente. Também Matija Ferlin, Tatiana Julien, Né Barros, Martim Pedroso, Marlyn Ortiz, Gustavo Ciríaco e Piny, entre tantos outros, convergem para a sexta edição do DDD - Dias da Dança. Depois de um 2020 cancelado e um 2021 híbrido, o festival dirigido por Tiago Guedes reencontra-se com o público em 44 espectáculos – alguns em estreia mundial; a maioria pela primeira vez em Portugal – distribuídos por dez palcos, jardins, praças e outros espaços, a par de várias actividades paralelas.

Diana Niepce em Anda, Diana ALÍPIO PADILHA
Nova criação de Bruno Beltrão Kerstin Behrendt
Cascade, de Meg Stuart Martin Argyroglo
Sad Sam Matthäus, de Matija Ferlin Jelena Jankovic
Miramar, de Christian Rizzo Marc Domage
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Diana Niepce em Anda, Diana ALÍPIO PADILHA

O génio e o vândalo

Simboliza a arte urbana mais sarcástica, interventiva e iconoclasta, com a aura de mistério de quem insiste em esconder a identidade – sem desprimor para as boas teorias sobre ela –, qual agente artístico secreto a fazer pouco do sistema. Banksy começou por ornamentar, da noite para o dia, uma cidade do sudoeste inglês com desenhos subversivos. Dessa cidade, Bristol, seguiu para outras. “Decorou” a Faixa de Gaza, montou um hotel junto ao muro da Cisjordânia, ergueu em Inglaterra o parque de diversões satírico Dismaland e, entre outras surpresas, provocou a autodestruição de uma valiosa obra sua num leilão. A serigrafia original que deu origem a essa obra, Menina com um balão, é uma das mais de 70 que podem ser vistas em Banksy: Genius or Vandal?. A exposição, que continua a promover-se como “não-autorizada” e que reúne peças de colecções particulares, chega ao Porto depois de ter estado em Lisboa, em 2019, e de ter andado um pouco por todo o mundo.

Sawhney com Immigrants

Com perto de 30 anos de carreira e provas dadas como compositor, produtor, multi-instrumentista, DJ, escritor e outros afazeres, o inglês Nitin Sawhney é conhecido pelo sentido de eclectismo e vanguarda aplicado à música, mas também por fazer eco de questões sociais. Assim fez em London Undersound (disco-reflexão sobre os atentados de 2005), na recente junção aos Pink Floyd na canção pela Ucrânia Hey, hey, rise up! ou no seu último álbum, Immigrants. É com ele que regressa a Portugal para uma minidigressão de três datas.

Questões nucleares

Relações, escolhas, responsabilidade, rivalidade, idade e legado são factores em jogo no laboratório de reacções humanas ensaiado n’Os Filhos, que o Teatro Aberto se prepara para estrear. Nomeada para um Tony Award, tem a assinatura da inglesa Lucy Kirkwood, a dramaturga que também escreveu Senti Um Vazio e que outros reconhecerão como criadora da série televisiva Adult Material. No início da peça, conhecemos um casal de físicos nucleares retirados que tenta focar-se em rotinas que ajudem a ultrapassar o cenário pós-apocalíptico em que o mundo mergulhou, depois de um acidente na central em que trabalhavam. A dinâmica é perturbada quando, anos passados, uma antiga colega os visita, trazendo com ela uma proposta, no mínimo, desafiante. Custódia Gallego, João Lagarto e Maria José Paschoal encarnam as personagens. Álvaro Correia trata da encenação.

Os Filhos FILIPE FIGUEIREDO
Os Filhos FILIPE FIGUEIREDO
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Os Filhos FILIPE FIGUEIREDO
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Os Filhos FILIPE FIGUEIREDO

Liberdade à poesia

Poesia É Liberdade na quarta edição do Ronda - Leiria Poetry Festival. Liberdade para estar presente, depois da versão online alinhada no ano passado, e para continuar a celebrar “a linguagem poética como matriz, em diálogo com outras formas de expressão artística”, descreve a organização. Num festival que vai das salas ao castelo, passando pela biblioteca, uma antiga igreja, o mercado, as escolas, a prisão e até o hospital (mesmo “o café é servido com cheirinho... a poesia”), há lugar para conversas, mesas-redondas, debates, concertos, poetry slam, oficinas, apresentações de livros, acções de rua, etc. Tudo com curadoria de Luís Filipe Castro Mendes e Paulo Costa. Uma conversa entre Aldina Duarte e Maria do Rosário Pedreira faz as honras de abertura. A lista de convidados elenca ainda nomes como Manuel Alegre, Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral, Rosa Oliveira, Tozé Brito, João Paulo Esteves da Silva, Vitorino, UHF ou Iman Kandoussi ou Manuel João Vieira “em modo caixinha de surpresas”.

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