Manifestante morre baleado durante protestos de camionistas no Peru

Os grandes protestos de camionistas contra o aumento do preço dos combustíveis levaram à implementação do estado de emergência com recolher obrigatório para as regiões de Lima e Callao. Violência já levou à morte de cinco pessoas.

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Os manifestantes desafiaram o recolher obrigatório decretado pelo Presidente peruano para Lima e Callao ALDAIR MEJIA/EPA

Um manifestante morreu esta quarta-feira devido a um ferimento de bala durante os protestos dos sectores agrário e de transportes no Peru, onde houve confrontos entre civis e a polícia no departamento de Ica. Para além desta morte, de acordo com um comunicado das autoridades locais, foram confirmados pelo menos 14 feridos, 12 dos quais polícias, e os restantes civis. Esta é a quinta morte desde o início do protesto contra a subida do preço dos combustíveis na segunda-feira.

Neste mesmo comunicado, partilhado na página oficial do Facebook do Hospital Regional de Ica, é confirmada a morte de Jhony Quinto Contreras, de 25 anos, que chegou ao hospital sem sinais vitais.

Desde a madrugada desta quarta-feira que camionistas e trabalhadores do sector agrário protestam na Rodovia Pan-Americana do Sul, com vários confrontos violentos com a Polícia Nacional registados, que já haviam resultado em quatro mortos. As autoridades locais pediram aos cidadãos “para não colocarem a sua integridade em causa”, “evitarem novos confrontos” e respeitarem a propriedade pública e privada no contexto dos protestos.

Mais de 2000 camionistas da região de Cuzco aderiram a uma greve nacional de 48 horas na segunda-feira, convocada pela União das Guildas de Transporte Multimodal do Peru, devido aos altos preços dos combustíveis e às novas regulamentações de transporte.

Durante os protestos, foram registados ataques contra infra-estruturas e foram cortadas várias estradas. O Presidente do Peru, Pedro Castillo, respondeu declarando um estado de emergência com recolher obrigatório em Lima e Callao.

O Presidente disse que esta medida pretendia fazer frente aos “actos de violência que certos grupos quiseram provocar” e restaurar a paz e a ordem. Castillo sublinhou que durante este período de emergência estavam suspensos os direitos constitucionais ligados à inviolabilidade do domicílio, liberdade de circulação no território nacional, liberdade de reunião e às liberdades e seguranças pessoais.

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