Santos Silva elogia Gomes Cravinho e diz que beneficia de convergência nacional na política externa
O candidato a presidente da Assembleia da República lembrou ter cumprido “um ciclo de 15 anos de desempenho de funções governativas com três primeiros-ministros”.
O já ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva afirmou esta segunda-feira que o seu sucessor na pasta, João Gomes Cravinho, fará melhor do que ele e acentuou que beneficia de uma convergência nacional na política externa portuguesa.
Estas palavras foram proferidas por Augusto Santos Silva no Palácio de Belém, em Lisboa, depois de ter sido exonerado das funções de ministro de Negócios Estrangeiros – cargo em que foi empossado transitoriamente o primeiro-ministro, António Costa, até ao XXII Governo cessar funções na quarta-feira.
Com a posse de António Costa por dois dias no lugar de ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva pode assumir na terça-feira o lugar de deputado pelo PS e candidatar-se nesse mesmo dia a presidente da Assembleia da República.
Perante os jornalistas, Augusto Santos Silva referiu-se à escolha de João Gomes Cravinho, diplomata e até agora titular da pasta da Defesa Nacional, para as funções de ministro dos Negócios Estrangeiros do XXIII Governo Constitucional.
“O meu sucessor como ministro dos Negócios Estrangeiros do XXIII Governo fará certamente bem melhor do que eu o desempenho de ministro, numa casa que conhece bem e numa política externa portuguesa que beneficia de um amplo consenso e convergência nacional”, declarou Augusto Santos Silva.
Nas suas breves declarações, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e candidato a presidente da Assembleia da República referiu que, no plano pessoal, hoje terminou “um ciclo de 15 anos de desempenho de funções governativas com três primeiros-ministros”, António Guterres, José Sócrates e António Costa. Três primeiros-ministros que “sempre me apoiaram”, observou.
Augusto Santos Silva disse que lhe “foi particularmente grato exercer funções no XXI e no XXII governos o exigente cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros sob a liderança do primeiro-ministro, António Costa”.
Depois, fez uma alusão ao seu regresso ao Parlamento como deputado do PS e candidato a presidente da Assembleia da República, cuja eleição está marcada para o plenário de terça-feira à tarde.
“A partir de terça-feira, vou assumir funções como deputado, o que significa que hoje à tarde sou uma pessoa livre”, acrescentou.
Na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa, além de António Costa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa deu também posse transitoriamente aos secretários de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, e das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, os três reconduzidos.
Estiveram presentes nesta curta cerimónia, que durou menos de quatro minutos, o presidente cessante da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. No fim da sessão de cumprimentos, Augusto Santos Silva recebeu um abraço prolongado de António Costa.