Príncipe William: “No Belize, Jamaica e Bahamas, cabe ao povo decidir o futuro”
O segundo na linha de sucessão ao trono garante estar disponível para servir a vontade manifestada pelos países que visitou na última semana.
O príncipe William disse estar empenhado em servir e “não dizer às pessoas o que fazer” após uma digressão pelas Caraíbas que ficou marcada por protestos sobre o colonialismo britânico e por críticas de que a viagem reflectia um retrocesso aos tempos coloniais.
William divulgou a declaração no final de uma viagem de oito dias com a mulher Kate ao Belize, à Jamaica e às Bahamas, que incluiu protestos e pedidos de reparações e de desculpas pela escravatura. Num discurso na Jamaica, William fez questão de se referir à “abominável” escravatura. “Nunca deveria ter acontecido”, sublinhou.
Mas, alguns meios de comunicação britânicos e internacionais também criticaram algumas fotografias da viagem, nomeadamente as dos monarcas a cumprimentarem crianças jamaicanas através de cercas de arame ou a assistirem a uma parada militar de pé dentro de um descapotável, o que trouxe à memória a imagem da rainha Isabel II nos anos 50, do século passado.
“Eu sei que esta digressão trouxe questões ainda mais nítidas sobre o passado e o futuro”, disse William. “No Belize, Jamaica e Bahamas, cabe ao povo decidir o futuro.”
William, segundo na linha do trono britânico, tinha viajado para as Caraíbas com Kate para marcar os 70 anos de reinado da avó. Mas acabou por ser confrontado com o facto de alguns países considerarem cortar laços com a monarquia britânica, sobretudo depois de Barbados se ter tornado uma república. Apesar do fim do império britânico, Isabel II permanece rainha em 15 estados, nomeadamente da Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
William afirmou a sua vontade de servir a vontade do povo dos países das Caraíbas. “Para nós isso não é dizer às pessoas o que fazer. Trata-se de os servir e apoiar da forma que acharem melhor, utilizando a plataforma que temos sorte em ter.”
O duque de Cambridge acrescentou que também não estava a pensar em quem iria liderar a Comunidade das Nações, um grupo de 54 países, quase todos ex-colónias do Reino Unido, que se concentra principalmente na promoção da democracia e do desenvolvimento. A rainha é, actualmente, líder da Commonwealth, mas este papel não é hereditário como a coroa.