Príncipe William: “No Belize, Jamaica e Bahamas, cabe ao povo decidir o futuro”
O segundo na linha de sucessão ao trono garante estar disponível para servir a vontade manifestada pelos países que visitou na última semana.
O príncipe William disse estar empenhado em servir e “não dizer às pessoas o que fazer” após uma digressão pelas Caraíbas que ficou marcada por protestos sobre o colonialismo britânico e por críticas de que a viagem reflectia um retrocesso aos tempos coloniais.
William divulgou a declaração no final de uma viagem de oito dias com a mulher Kate ao Belize, à Jamaica e às Bahamas, que incluiu protestos e pedidos de reparações e de desculpas pela escravatura. Num discurso na Jamaica, William fez questão de se referir à “abominável” escravatura. “Nunca deveria ter acontecido”, sublinhou.
Mas, alguns meios de comunicação britânicos e internacionais também criticaram algumas fotografias da viagem, nomeadamente as dos monarcas a cumprimentarem crianças jamaicanas através de cercas de arame ou a assistirem a uma parada militar de pé dentro de um descapotável, o que trouxe à memória a imagem da rainha Isabel II nos anos 50, do século passado.
“Eu sei que esta digressão trouxe questões ainda mais nítidas sobre o passado e o futuro”, disse William. “No Belize, Jamaica e Bahamas, cabe ao povo decidir o futuro.”
Foreign tours are an opportunity to reflect. You learn so much. What is on the minds of Prime Ministers. The hopes and ambitions of school children. The day-to-day challenges faced by families and communities. (1/5) pic.twitter.com/HbTCc1IWQs
— The Duke and Duchess of Cambridge (@KensingtonRoyal) March 27, 2022
William, segundo na linha do trono britânico, tinha viajado para as Caraíbas com Kate para marcar os 70 anos de reinado da avó. Mas acabou por ser confrontado com o facto de alguns países considerarem cortar laços com a monarquia britânica, sobretudo depois de Barbados se ter tornado uma república. Apesar do fim do império britânico, Isabel II permanece rainha em 15 estados, nomeadamente da Austrália, Canadá e Nova Zelândia.
William afirmou a sua vontade de servir a vontade do povo dos países das Caraíbas. “Para nós isso não é dizer às pessoas o que fazer. Trata-se de os servir e apoiar da forma que acharem melhor, utilizando a plataforma que temos sorte em ter.”
O duque de Cambridge acrescentou que também não estava a pensar em quem iria liderar a Comunidade das Nações, um grupo de 54 países, quase todos ex-colónias do Reino Unido, que se concentra principalmente na promoção da democracia e do desenvolvimento. A rainha é, actualmente, líder da Commonwealth, mas este papel não é hereditário como a coroa.