Olena Zelenska escreve carta a primeiras-damas e cavalheiros a pedir ajuda

A activista pelos direitos das mulheres propõe formas de ajudar a Ucrânia, ao mesmo tempo que fornece informação sobre os resultados da invasão russa.

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A primeira-dama apela aos seus congéneres para que ajudem os ucranianos DR

A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, escreveu uma carta às primeiras-damas e primeiros-cavalheiros do mundo, lembrando-lhes que em Agosto passado, em Kiev, no primeiro encontro desta plataforma de cooperação, fizeram uma declaração em que acordaram cuidar das mulheres e crianças em áreas de conflito. Então, mal sabiam que a Rússia invadiria a Ucrânia, lamenta.

Não é a primeira vez que a mulher de Volodimir Zelensky publica nas redes sociais. No dia 2 de Março, a pedido de diversas primeiras-damas, deu algumas sugestões de como os seus países podiam ajudar a Ucrânia. No Dia Internacional da Mulher, a primeira-dama denunciou o “assassinato em massa de civis ucranianos”. Desta vez, a também activista pelos direitos das mulheres propõe formas de ajudar a Ucrânia, ao mesmo tempo que fornece informação sobre os resultados da invasão russa.

Olena Zelenska diz que mais de três milhões de ucranianos foram forçados a fugir, são sobretudo mulheres e crianças cujos maridos e pais ficaram na Ucrânia para lutar. São pessoas que perderam tudo, muitas viram alguém morrer ao seu lado, “mal conseguem dormir à noite, preocupadas com os seus entes queridos e o futuro como um todo”, descreve. Por isso pede aos seus interlocutores: “Por favor, mantenham-nos aquecidos. E não estou a falar apenas de um tecto sobre as suas cabeças e de comida — falo de adaptação — ajudem-nos a encontrar trabalho e a dar educação aos seus filhos.”

A primeira-dama pede ainda que os seus concidadãos possam ter acesso a serviços médicos “e, se necessário, a frequentar cursos de idiomas”. Pede que os deixem ser “cidadãos temporários” porque hão-de regressar. “Eles voltarão para a Ucrânia com o vosso calor nos seus corações.”

Corredores humanitários seguros

A ex-guionista denuncia que milhares de ucranianos estão presos nas suas cidades, onde não têm contacto com o exterior, onde faltam alimentos e medicamentos. “O inimigo russo não os deixa evacuar, atirando contra os que ousam sair”, afirma, e enumera algumas das situações que já foram notícia, como uma mãe e dois filhos que, juntamente com um voluntário, foram mortos quando tentavam alcançar um autocarro para sair da cidade — a imagem captada pela fotojornalista Lynsey Addario, que ganhou um Pulitzer, foi capa do The New York Times e foi mostrada no senado norte-americano como prova de que a Rússia estava a atacar civis.

Por isso, apela a primeira-dama: “Precisamos de corredores humanitários realmente seguros! Corredores sobre os quais não estejam a disparar. Corredores onde os idosos não morram de ataques cardíacos. Onde famílias inteiras não sejam exterminadas, precisamos de libertar com segurança os nossos cidadãos do cativeiro! E isso requer a nossa força conjunta, caros colegas. Precisamos que a nossa declaração conjunta chegue à Cruz Vermelha, à UNICEF, à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa para que se consiga fornecer à Ucrânia esses corredores!”

Desde o início da guerra, a 24 de Fevereiro, que nasceram 4300 bebés, em caves, bunkers, estações de metro que servem de abrigos antiaéreos e, “às vezes, em maternidades bombardeadas, como aconteceu em Mariupol”, crianças que nunca viram um dia de paz, lamenta. Espera-se que, nos próximos meses, 80 mil mulheres ucranianas dêem à luz. “Essas mães e crianças têm o direito de não se assustar com explosões e de não chorar de fome e medo. Têm o direito à paz. Uma paz que depende de todos”, conclui a primeira-dama, enumerando de seguida todas as mulheres que participaram no encontro de Agosto e onde se incluem a norte-americana Jill Biden e a turca Emine Erdogan, bem como a polaca Agata Kornhauser-Duda e o primeiro-cavalheiro da Eslováquia, Ivan Čaputa​, entre outros.

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