As abelhas e o Nestum com mel: campanha oferece 300 colmeias em Portugal
A marca da Nestlé junta-se a federações de apicultores para voltar a distribuir núcleos de abelha-rainha, especialmente em áreas afectadas pelos fogos.
A iniciativa estreou-se no ano passado com a oferta de 400 colmeias e volta este ano com mais 300. A campanha da Nestlé com a marca Nestum com Mel tem por apodo “Juntos Pelas Abelhas” e acaba de abrir candidaturas aos apicultores portugueses.
A iniciativa, que é focada no “repovoamento das abelhas”, destina-se a apiários que “estejam em regiões afectadas por catástrofes e calamidades registadas em 2021”, “como os incêndios florestais”, refere-se em comunicado.
Além de inerentemente promover o produto mais mel da Nestlé, produzido em Portugal na fábrica de Avanca e que já está no mercado português há mais de seis décadas, a campanha quer também chamar a atenção para a importância das abelhas no ecossistema, “numa altura em que a sobrevivência destes polinizadores volta a estar em causa devido à seca e à falta de floração que se faz sentir em Portugal”, sublinha-se.
Contando com a colaboração das principais federações apícolas do país - a FNAP (Federação Nacional dos Apicultores de Portugal) e a Fenapícola (Federação Nacional de Cooperativas Apícolas e de Produtores de Mel) -, tudo começa com um concurso, aberto até 22 de Março. Podem concorrer apicultores federados, “elegíveis para a oferta de 300 núcleos de abelha-rainha”, tendo que obedecer aos “critérios definidos pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária”, que tutela o sector e também aqui colabora. No ano passado, foram escolhidos 61 apicultores, informa a Nestlé.
Os agricultores seleccionados, adianta a organização, serão revelados a 6 de Abril e a empresa compromete-se a entregar os núcleos “num prazo médio de seis meses”.
No ano passado, esclareceu a empresa à Fugas, foram distribuídas colmeias por quase três dezenas de concelhos do país, com destaque para a Lousã, Góis, Leiria, Batalha, Abrantes e Alcoutim. O total do investimento não foi avançado, referindo-se apenas que o orçamento é similar ao de 2021.
Em Portugal, existem cerca de 11 mil apicultores e 750 mil colmeias por todo o país. Sublinhe-se que as abelhas não são só mel, “têm um papel predominante e fundamental na polinização, sendo essenciais para a manutenção da biodiversidade e para a produção de alimentos”. As ameaças à espécie têm sido muitas, incluindo “a introdução de novas doenças e novos predadores das abelhas” (como o grande perigo da praga da vespa asiática) e “a ocorrência de catástrofes naturais, como tempestades, incêndios e seca”.