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Um artista, com a sua guitarra, na casa onde cresceu: Vira-Lata é a estreia a solo de Pedro Branco
Pedro Branco conta, através da sua música, o que viveu quando a pandemia o isolou do mundo. Com um single de "amor à rafeirice", o guitarrista dos You Can't Win, Charlie Brown concede uma pequena antevisão do álbum que quer afirmar a sua identidade musical. E mostra o videoclipe em primeira mão no P3.
Vira-Lata é o primeiro single do disco de estreia de Pedro Branco, guitarrista dos You Can’t Win, Charlie Brown. Na primeira faixa do álbum A Narrativa Épica do Quotidiano, que vai sair em Maio, conta o capítulo inicial da história de um artista trancado no quarto, sozinho, com a sua primeira guitarra.
O nome da música foi inspirado por um episódio da vida do guitarrista, quando adoptou um gato. Ao P3, Pedro Branco conta que foram os animais rafeiros, referidos como “vira-latas”, que serviram de inspiração: “Apesar de ser uma música instrumental e de não ter nenhum tipo de letra que remeta para isso, a ideia levou-me para esse amor pela rafeirice”.
Como outras músicas do disco, Vira-Lata foi escrita em 2020, durante a primeira vez que ficou confinado, em casa dos pais. Mas Pedro Branco sublinha que não quer que a sua obra se veja como uma “romantização da pandemia”. Em vez disso, quer mostrar o lado poético do regresso às suas origens, espelhando, simultaneamente, um período conturbado.
Também o vídeo, gravado por Salvador Menezes e que se estreia no P3, pinta uma “narrativa paralela” ao processo criativo de Pedro Branco durante a realização da música e do disco. Numa compilação de cenários da sua casa de infância, mostra “momentos fora da caixa” que ilustram aquela “fase estranha” da sua vida: “Estar dentro de casa pode simbolizar um bocadinho estarmos na nossa cabeça, os fantasmas que há na nossa cabeça.”
A Narrativa Épica do Quotidiano é um álbum íntimo que encontra “um Pedro, que agora é um homem de quase 30 anos, no sítio onde cresceu e aprendeu a tocar”. E o guitarrista fez questão que se reflectissem essas circunstâncias (com os respectivos sons ambiente) na identidade sonora. "Eu quero que pareça que foi um gajo fechado em casa a gravar", remata.
O músico tem participado em projectos com vários artistas, mas esta é a primeira vez que se lança com nome próprio. Sobre a experiência, conta que lhe deu "muito gozo ser dono do rumo que ia tomar", apesar das dúvidas que surgiam pelo caminho. O resultado é um disco que promete mostrar a sua “identidade musical” e “o que tem para dar” enquanto artista, sempre num tom muito pessoal.
Texto editado por Amanda Ribeiro