Os leões Tsar e Jamil atravessaram um país em guerra — e encontraram abrigo na Bélgica

Os felinos foram retirados da Ucrânia depois de um passado de maus tratos. Agora, já na Bélgica, estão a receber tratamento para seguirem para um lar permanente.

Reuters/CLEMENT ROSSIGNOL
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Os gémeos Tsar Jamil, dois leões com pouco mais de um ano, foram acolhidos pelo santuário animal Natuurhulpcentrum, na Bélgica, depois de serem forçados a sair da Ucrânia.

De acordo com a Reuters, os felinos foram resgatados pelas autoridades ucranianas depois de se descobrir que eram maltratados pelos antigos donos — um exame feito no santuário revelou que sofriam de malnutrição e que tinham algumas fracturas. Por essa razão, a viagem para a Bélgica, onde se encontra um dos poucos sítios com condições para tratar animais selvagens, já estava planeada para Maio. 

A invasão russa obrigou a uma alteração dos planos e antecipou a transferência. Os bombardeamentos da capital ucraniana, onde se encontravam, criaram uma deslocação atribulada que destabilizou os animais, fazendo com que se magoassem nas jaulas.

A viagem tornou-se ainda mais complicada quando, na rota de saída de Kiev, se depararam com tropas russas. O biólogo Frederik Thoelen, que trabalha no santuário belga, contou à Reuters que os militares apontaram armas aos leões e os ameaçaram, mas os seus cuidadores chegaram-se à frente para os defender. “Literalmente arriscaram as suas vidas para salvar os animais”, adiantou.

No fim, o exército russo acabou por deixá-los avançar. A jornada dos leões, que começou a 26 de Fevereiro, estendeu-se por cinco dias e tinha como destino o zoo Poznan, na Polónia. Acabaram por ser movidos para o santuário belga, onde vão permanecer em quarentena durante três meses para receberem os cuidados de que precisam. Posteriormente, vão ser procuradas casas permanentes e mais adequadas, como santuários em África.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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