Cultura
#Pussyverse, uma exposição que é um manifesto contra o sexismo no mundo da arte
A exposição vai estar nas ruas de dez estados norte-americanos e tem curadoria de Nadya Tolokonnikova, uma das fundadoras das Pussy Riot. Conta apenas com obras de mulheres e pessoas LGBTQ+, para lhes dar o espaço que não têm no mundo da arte.
"Os homens ainda mandam no mundo e isso não é bonito." A afirmação consta numa apresentação em jeito de manifesto, que também nos lembra que a arte assinada por mulheres vende menos do que a assinada por homens. O texto é de Nadya Tolokonnikova, uma das fundadoras das Pussy Riot, um grupo punk russo que se tornou conhecido pelas manifestações contra as políticas do país — e, especialmente, contra Vladimir Putin —, e agora curadora da exposição #Pussyverse, que deverá estar patente em outdoors e espaços públicos de dez estados norte-americanos durante pelo menos um mês.
A exposição resulta de uma convocatória aberta a artistas LGBTQ+ e mulheres, numa tentativa de aumentar a sua representatividade no mundo artístico e chamar a atenção para o sexismo que ainda caracteriza este mercado. A lista de artistas seleccionadas conta com Michele Pred, Reka Nyari, Fatimazohra Serri, Van Velden Studio, Aminta Paiz, EllaSuper, Niohuru X, Jess Whittam, Holly Silius e Autumn Breon, e as obras são um grito pela mudança de cenário, mas também uma homenagem às mulheres. "Podemos revolucionar tudo, mas só se quisermos e nos juntarmos. Como um exército", aponta a activista, no texto que assina.
"O meu papel como um ser humano decente é priorizar aqueles que não têm exposição, oportunidades e atenção dos media", disse Nadya à revista Dazed. "Artistas LGBTQ+ são outro grupo severamente mal representado e subvalorizado. Se és mulher ou pertences à comunidade LGBTQ+, tens de fazer mais cedências que os teus companheiros homens. És escrutinada e muitas vezes desvalorizada enquanto profissional."