Prémio carreira da Bienal de Veneza para Katharina Fritsch e Cecilia Vicuña

As artistas alemã e chilena vão receber o prémio a 23 de Abril, quando a Bienal de Arte abrir ao público.

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A artista chilena Cecilia Vicuña com uma das suas instalações Bienal de Veneza

No Dia Internacional das Mulheres, a Bienal de Arte de Veneza anunciou a atribuição do Leão de Ouro de carreira, em ex aequo, às artistas Katharina Fritsch (n. 1956, Essen, Alemanha) e Cecilia Vicuña (n. 1948, Santiago, Chile).

Os prémios, que foram atribuídos seguindo uma recomendação de Cecilia Alemani, a curadora italiana da 59.ª edição, serão entregues a 23 de Abril, dia da abertura da bienal ao público que tem como mote o livro The Milk of Dreams, da artista surrealista britânica Leonora Carrington (1917-2011), que viveu grande parte da sua vida no México. A bienal, que durará sete meses, é considerada um dos eventos mais importantes do calendário da arte contemporânea e junta 80 países, entre os pavilhões nacionais e a exposição internacional com curadoria da italiana.

“A contribuição de Fritsch para o campo da arte contemporânea, especialmente da escultura, tem sido incomparável. Ela cria obras figurativas que são ao mesmo tempo híper-realistas e fantásticas”, disse a curadora citada pelo comunicado da bienal.

A linguagem artística da poeta, artista visual, cineasta e activista Cecilia Vicuña “é construída à volta de um profundo fascínio pelas tradições indígenas e epistemologias não ocidentais”, lembra Cecilia Alemani. A artista, que tem ascendência italiana e indígena, como lembrou no depoimento que acompanhou o anúncio, faz grandes instalações recorrendo a materiais tradicionais, como a lã andina, numa perspectiva ecofeminista, por onde passa igualmente a performance.

Entre 80 países, Portugal surge representado por Pedro Neves Marques e pelo projecto Vampiros no Espaço, uma instalação-vídeo que usa as viagens interplanetárias para reflectir sobre questões de género e um mundo pós-humano.

Recorde-se que Cecilia Alemani escolheu Paula Rego, a artista portuguesa radicada em Londres, como um dos destaques da exposição internacional que junta 213 artistas de 58 países. Na apresentação desse guião no mês passado a curadora mencionou que o trabalho de Paula Rego terá uma sala especial em torno de A Metamorfose, de Kafka, onde entrará em diálogo com a obra de Cecilia Vicuña.

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