Até os passarinhos gostam…

Uma montra de beijos nas diferentes espécies convida ao afecto e à ternura entre nós. E não precisamos do Dia dos Namorados para isso.

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Passarinhos: Piu-Piu-Chuac! DR/Marta Comín
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Serpentes: SSS-SSS-Chuac! Marta Comín
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Elefantes: Vuu-Vuu-Chuac! Marta Comín
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Capa do livro “Beijos”, edição da Orfeu Negro Marta Comín

O livro começa no mar, com beijos salgados. “De manhã, no mar azul, conversavam seis peixinhos. Dizem eles: Glu-Glu-Chuac! Anda cá dar-me um beijinho!

Depois, avança pelas flores do jardim, onde esvoaçam cinco abelhas. “Dizem elas: Bzz-Bzz-Chuac! Olha, sabes a groselhas!” Seguem-se patos, serpentes, elefantes, passarinhos e… humanos.

Todos se beijam neste livro, o leitor pode vê-los como beijos românticos, entre família ou entre amigos, nas múltiplas relações afectivas possíveis.

Sobre o lago, quatro patos jogam à apanhada. Dizem eles: Quá-Quá-Chuac! Mas que grande salganhada.

Com ilustrações simples, mas muito expressivas, recorrendo à engenharia do papel, com abas e dobras para levantar e elementos para deslocar (como, por exemplo, o trio de pares de peixes aqui reproduzido). Um bom livro para quem gosta de espreitar.

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Glu-Glu-Chuac! Marta Comín

A autora, Marta Comín, nasceu em 1982, em Santander, vive em Valência (Espanha), estudou Belas-Artes no Politécnico dessa cidade e é ilustradora. No site da Orfeu Negro, pode ler-se sobre ela: “Os seus álbuns privilegiam a surpresa e a descoberta do mundo, numa exploração narrativa e sensorial bem-humorada para os primeiros leitores. Tem livros publicados em espanhol, francês e agora em português.”

Lá na selva, à tardinha, combinaram os elefantes. Dizem eles: Vuu-Vuu-Chuac! Belas trombas! Que elegantes!

Com uma linguagem concisa e directa, Marta Comín tem como referências no seu trabalho os livros para a infância “de Paul Rand e Fredun Shapur, as colagens de Matisse ou o grafismo de Ikko Tanaka”.

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Vuu-Vuu-Chuac! Marta Comín

Como bem descreveu Andreia Brites na revista Blimunda (21 de Dezembro de 2021), “há um cuidado com todos os detalhes que se converte num livro muito acessível e empático que apetece ler com as mãos”.

Também as rimas, repetições, onomatopeias seguram a atenção das crianças, mesmo as de mais baixa idade.

No seu ninho, passarinhos e um filhote para cuidar. Dizem eles: Piu-Piu-Chuac! Também tu irás voar!

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Bzz-Bzz-Chuac! Marta Comín

No final, é a nossa espécie que surge retratada, com a doçura de um beijo de boa noite, entre pais e filhos.

Cá em casa, já é noite. Olha o sono a vir também. E o bebé diz: Chuac e Chuac! Boa noite! Durmam bem.

Sabemos que a comemoração em Portugal do Dia de São Valentim (14 de Fevereiro) é importada. Há importações piores, esta é pelo amor. Se é dos que acham ser apenas um aproveitamento comercial, faça ainda assim por ajudar o sector, que bastante tem sofrido nos tempos recentes. Ofereça um livro à pessoa que lhe é mais próxima. Pode até ser este. É apropriado da primeira à última… infância.

Aqui se representa a delicadeza, a ternura e o afecto. A forma como deveríamos tratar-nos sempre, não apenas por um dia. Chuac!

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