Líderes da União Africana condenam recente “onda” de golpes de Estado

“Em nenhum momento da história da União Africana tivemos, num ano civil, em 12 meses, quatro países suspensos: Mali, Guiné, Sudão e Burkina Faso”, sublinhou o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da organização.

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Fotografia de grupo durante a cimeira deste fim-de-semana em Adis Abeba Reuters/TIKSA NEGERI

Os líderes africanos reunidos na cimeira da União Africana (UA) condenaram este domingo “inequivocamente” a recente “onda” de golpes de Estado no continente, segundo o comissário pan-africano para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da organização.

“Todos os líderes africanos na assembleia condenaram inequivocamente o padrão, o ressurgimento, o ciclo, a onda de mudanças inconstitucionais de governo”, disse Bankole Adeoye durante uma conferência de imprensa, no âmbito da cimeira da UA, que decorreu este fim-de-semana na capital etíope, Adis Abeba.

A UA “não tolerará qualquer tipo de golpe militar”, acrescentou Bankole Adeoye, recordando que os países que enfrentaram golpes foram suspensos pelo Conselho de Paz e Segurança da UA.

“Façam a vossa investigação, em nenhum momento da história da União Africana tivemos, num ano civil, em 12 meses, quatro países suspensos: Mali, Guiné, Sudão e Burkina Faso”.

Referindo-se à situação na África Ocidental, disse que “o Sahel não deve voltar a ser um ‘foco’ de mudanças inconstitucionais de governo, descritas como um ‘flagelo’”.

No seu discurso de abertura na cimeira de sábado, o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, referiu-se à “onda desastrosa” de golpes de Estado e salientou as “ligações causais conhecidas” com o desenvolvimento do terrorismo.