O ataque do Daesh a uma prisão no nordeste da Síria, o maior dos últimos três​ anos, e os combates entre jihadistas e forças curdas da dos últimos dez dias terão provocado a morte de 332 pessoas, segundo um balanço do ataque de 20 de Janeiro feito pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, ligado à oposição ao Presidente Bashar al-Assad, e divulgado este domingo.

A ofensiva contra a prisão controlada pelas Forças Democráticas Sírias (FDS) no Nordeste da Síria, na região de Hassaké, resultou na libertação de muitos combatentes jihadistas, refere o relatório da organização não governamental baseada no Reino Unido, mas que recebe informação directamente de fontes sírias no terreno.

As forças curdas retomaram o controlo da prisão de Ghwayran na quarta-feira, mas ainda este sábado se registaram confrontos esporádicos entre membros do Daesh e as forças curdas apoiadas pelos norte-americanos.

Ao todo, já foram capturados 3500 membros do Daesh de diferentes nacionalidades nestes dez dias. Dos 332 mortos, 246 são combatentes do Daesh, 79 membros das forças curdas e sete eram civis.

Esta actualização do número de mortos, acima do anunciado pela ONG na sexta-feira, de 173 jihadistas, 55 combatentes curdos e sete civis, deve-se à descoberta de novos cadáveres durante as operações de busca das forças curdas nos edifícios prisionais e áreas circundantes, segundo a organização.

O director do observatório, Rami Abdel Rahmane, especificou, segundo a agência AFP, que os cadáveres foram descobertos dentro e ao redor da prisão, localizada numa área sob controlo da administração curda, e estimou que o número de vítimas mortais pode aumentar.

Um operador de câmara da AFP relatou ter observado cadáveres empilhados num camião, corpos que viu serem despejados por uma escavadora no veículo, próximo do estabelecimento prisional.

Na linha da frente do combate contra o Daesh, as FDS, dominadas por combatentes curdos e apoiadas pela coligação internacional, derrotaram em 2019 o movimento extremista, no Leste da Síria, e desde essa derrota o Daesh realiza ataques regulares, principalmente no deserto sírio.