Primeiro carregamento de “ajuda letal” dos EUA aterra em Kiev
Pacote securitário aprovado por Biden para auxiliar a Ucrânia num potencial conflito com a Rússia inclui “munições” para a “linha da frente”.
O primeiro carregamento da ajuda militar norte-americana à Ucrânia, que faz parte de um pacote de 200 milhões de dólares em apoio logístico e financeiro aprovado, em Dezembro, pelo Presidente Joe Biden, aterrou em Kiev na madrugada deste sábado.
A chegada desta “ajuda letal”, como descreveu a embaixada dos Estados Unidos na capital ucraniana, acontece um dia depois do encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, para tentar resolver a crise de segurança na região.
Segundo a representação diplomática dos EUA, trata-se de cerca de 90 toneladas de material de apoio às forças ucranianas, que inclui “munições para as defesas da linha da frente da Ucrânia”.
“O carregamento – e os 2,7 mil milhões de dólares [doados] desde 2014 – demonstra o compromisso dos EUA em ajudar a Ucrânia a reforçar as suas defesas face à crescente agressão russa”, lê-se na mensagem que a embaixada publicou neste sábado nas redes sociais.
Na origem da crise está a presença de cerca de 100 mil soldados da Federação Russa nas imediações da fronteira que divide o país e a Ucrânia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, garante que as tropas estão ali estacionadas para realizarem exercícios militares na região, como na vizinha Bielorrússia, mas os EUA e a NATO admitem uma invasão “iminente” do Leste ucraniano, à semelhança da anexação russa da Crimeia, em 2014.
Os serviços secretos norte-americanos acreditam que a Rússia está à procura de um pretexto, provavelmente recorrendo às milícias pró-russas que ocupam parte do território da Ucrânia, para poder intervir militarmente no país.
O Kremlin garante, porém, que não pretende atacar a Ucrânia. Ainda assim, faz algumas exigências ao Ocidente: quer garantias de que a Ucrânia e a Geórgia não vão aderir, no futuro, à NATO; exige o fim da presença militar da aliança junto das suas fronteiras; e não admite a instalação de sistemas de mísseis, entre outros, na região.
Washington rejeita aceder a todos estes pedidos e já prometeu uma resposta firme – particularmente através da imposição de novas sanções – em caso de agressão militar russa na Ucrânia.
Esta semana ficou marcada por uma série de encontros, que antecederam a cimeira com Lavrov, entre Blinken e representantes de vários países europeus, incluindo da Ucrânia e da Alemanha.