Ataque da coligação liderada pela Arábia Saudita faz 12 mortos na capital do Iémen
Acção segue-se a ataque da véspera dos rebeldes houthis contra os Emirados Árabes Unidos.
Pelo menos 12 pessoas morreram e 11 ficaram feridas em dois ataques aéreos pela coligação liderada pela Arábia Saudita na capital do Iémen, Sanaa, noticiou esta terça-feira a agência de notícias oficial do país, a Saba.
Os bombardeamentos lançados na segunda-feira à noite destruíram por completo a casa do general Abdullah Qassim al Junaid, numa das acções mais violentas contra a capital nos últimos anos, segundo a Saba, controlada pelo grupo rebelde houthi.
Entre os mortos estavam o ex-director da Academia da Força Aérea do Iémen e vários familiares, incluindo mulheres e crianças.
Segundo a agência Efe, as equipas de resgate continuam as buscas por duas pessoas desaparecidas sob os escombros do prédio de dois andares, situado num bairro nobre da capital, onde outras cinco casas também foram danificadas.
Esta terça-feira, a coligação confirmou “ataques aéreos separados contra redutos e campos houthis em Sanaa”, segundo a agência oficial de notícias saudita SPA, mas não comentou a morte do general e de outras 11 pessoas.
A nova campanha de bombardeamentos da capital iemenita acontece após dois ataques na segunda-feira contra o aeroporto internacional e uma área industrial em Abu Dhabi, que provocaram pelo menos três mortos e seis feridos.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos condenou a acção e destacou que o país “reserva o direito de responder a esses ataques terroristas e a essa sinistra escalada criminosa” cometida “à margem do Direito Internacional e Humanitário”.
Na semana passada, os rebeldes houthis tinham ameaçado os Emirados por causa do seu apoio às forças governamentais iemenitas que nas últimas semanas têm conquistado posições do grupo rebelde em províncias-chave do Sul e Centro do país.
A guerra matou 130.000 pessoas no Iémen — tanto civis como combatentes — e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.
O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as necessidades básicas.