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Neste abrigo argentino há terapias alternativas para os animais

EPA/Juan Ignacio Roncoroni
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EPA/Juan Ignacio Roncoroni

O pelo branco e o olhar cansado denunciam a idade avançada de um cão que permanece quieto, prestes a receber um tratamento de acupunctura para diminuir as dores causadas pela idade. O cocker faz parte de uma comunidade de centenas de cães resgatados ao abrigo da Associação Protectora de Animais Aprani, uma organização não-governamental (ONG) argentina que dá a "melhor vida possível" a mais de 200 cães, gatos, coelhos, aves, cavalos e porcos que foram abandonados, maltratados ou têm problemas de comportamento, segundo é relatado à agência EFE

A ONG foi criada em 2006 e tem uma sede com mais de dois hectares de terreno no distrito de Moreno, a poucos quilómetros de Buenos Aires, onde os animais são mantidos até encontrarem um lar permanente. "Quando os resgatamos, tentamos curá-los e depois tentamos entregá-los para adopção, enquanto lhes damos uma boa vida, num lugar espaçoso, cheio de árvores", disse Alicia Barreto, médica veterinária especializada em Etologia e Fisioterapia e fundadora da Aprani, à Efe.

Além de abrigo e comida, a associação oferece também cuidados veterinários. Além disso, a fim de aliviar inflamações e dores articulares típicas da velhice, os animais mais idosos e com problemas de locomoção recebem tratamentos de fisioterapia, acupunctura e ultra-sons. "Com isto percebemos que eles duram mais anos, manifestando menos dor."

O abrigo é um dos poucos locais nos arredores da capital argentina que salva e cuida de cães com comportamento agressivo. Animais que devido às suas características não podem coexistir com outros e muitas vezes terminam os seus dias em jaulas de centros de controlo de doenças, como a raiva ou a dengue, onde aguardam pelo abate.

Na Aprani, estes cães têm uma segunda oportunidade. Não só recebem terapia comportamental reeducativa para tentar modificar o seu comportamento, como vivem num espaço agradável e amplo, "onde podem desenvolver todas as suas características vitais, que são brincar, correr, comer, divertir-se e receber carinho", diz Alicia.

A especialista em Etologia explica que a atitude do dono do animal é muito importante. “Punições inadequadas podem reforçar ou acentuar a agressividade de um animal. Os animais não são maus por natureza, têm sido tratados com violência e é por isso que se comportam desta forma.”

Embora a ONG tenha fundado um cemitério para cães e gatos, Jardines del Alma, que funciona nas instalações do abrigo, um hotel para os animais e uma pensão geriátrica, as contribuições são esporádicas e insuficientes para cobrir os elevados custos de alimentação, manutenção e salários dos colaboradores. “Percebemos que ao comunicar tudo o que fazemos através de redes sociais há pessoas muito bondosas que amam os animais e nos fazem doações.”  

Texto editado por Ana Maria Henriques

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