Ano terminou na Colômbia com mais uma activista assassinada

María del Carmen Molina, de 31 anos, foi morta a tiro em sua casa. Foi a 171ª líder social morta em 2021.

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Desde a paz assinada com as FARC em 2016 já foram assassinados 1286 líderes sociais na Colômbia Reuters/HENRY ROMERO

Uma activista social colombiana foi assassinada na sexta-feira, último dia de 2021, aumentando para 171 o número de líderes de organizações da sociedade civil que morreram de forma violenta durante o ano passado.

María del Carmen Molina foi assassinada no departamento de Valle del Cauca, no Oeste da Colômbia, de acordo com a denúncia avançada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz).

Liderar lutas sociais na Colômbia é cada vez mais uma actividade de vida e de morte, com pelo menos 1286 assassinados, segundo a Indepaz, desde que, em 2016, o Governo, então chefiado pelo Presidente Juan Manuel Santos, e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) assinaram um Acordo de Paz.

Diz a organização que María del Carmen Molina, de 31 anos, foi assassinada a tiro em sua casa por vários homens armados que não hesitaram em disparar contra ela frente aos seus familiares e outros membros da comunidade.

A assassinada tinha sido recentemente reeleita secretária da Junta de Acção Comunal do corregimento de Buenos Aires, no município de San Pedro, zona onde está activa, segundo o Indepaz, a Coluna Móvel Adán Izquierdo, dissidente das FARC que não reconheceram o acordo de paz, bem como a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) e outros grupos armados locais.

No dia anterior a esta morte, tinha sido assassinada a vítima número 170, Willington Tinoco Angarita, em El Guamal, no departamento de Magdalena, no Noroeste do País. Dois dos seus familiares foram também mortos na mesma acção.

Apesar do acordo de paz de 2016, a Colômbia continua a ser um país de violência quotidiana, com múltiplos grupos armados, guerrilha, paramilitares e um exército com dedo leve no gatilho. Há ainda 22 estruturas das Autodefesas Unidas de Colômbia, paramilitares ajudados pelas autoridades para combater a guerrilha e o narcotráfico e que se tornaram mais um actor nas diferentes guerras que ceifam vidas no país. A isto somam-se 27 grupos armados emergentes, mais 30 estruturas dissidentes e uns 2500 guerrilheiros do ELN.

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