O vulcão Cumbre Vieja na ilha espanhola de La Palma ficou em silêncio pelo segundo dia na quarta-feira, 15 de Agosto, dando aos cientistas a primeira oportunidade de estudar a cratera principal desde o seu cume, visto que a erupção, ao fim de três meses, parece estar a aproximar-se do seu fim. 

Um grupo de cientistas que recolhe dados geoquímicos de gás chegou à cratera às 8h, disse à Reuters o Instituto de Vulcanologia das Ilhas Canárias (Involcan), partilhando a primeira filmagem do interior, não captada por um drone.

O vulcão tem estado calmo desde que a actividade sísmica cessou, na passada segunda-feira. É o período mais longo sem tremores desde que a erupção começou, no dia 19 de Setembro. Embora os cientistas e os sistemas de monitorização não tenham detectado sinais de actividade vulcânica, à excepção de fumos ocasionais e esporádicos, as autoridades já avisaram que os próximos dias serão cruciais, uma vez que não é raro os vulcões retomarem a expulsão de lava. 

O comité de resposta disse que, para confirmar que a erupção acabou definitivamente, "os dados registados e observáveis devem permanecer nos níveis actuais durante dez dias". "O melhor a fazer é não dar falsas esperanças, por exemplo, em 1949, a erupção parou durante vários dias, e reactivou vários dias depois", disse o geólogo Eumenio Ancoechea à Reuters. 

A erupção, que arrastou rios de rocha derretida pelas encostas do Cumbre Vieja durante semanas e aumentou o tamanho da ilha em mais de 48 hectares, é a mais longa de La Palma, de acordo com registos que remontam ao século XVI.  Milhares de pessoas foram evacuadas, pelo menos 2.910 edifícios foram destruídos e o principal meio de subsistência da ilha, as plantações de bananeiras, ficou devastado.