Entrevista com Andreia Neves. Não dormir bem na infância deixa uma “cicatriz” para a vida
A pandemia piorou o sono dos mais novos e agravou um quadro já preocupante. A cardiopneumologista Andreia Neves, autora de O Sono do Meu Bebé, está cansada de ver crianças sujeitas ao ritmo dos adultos. “Não é sustentável”, avisa. Uma conversa sobre os dias apressados dos pais, crenças, abuso de medicamentos, a importância da informação. E “fórmulas mágicas” para dormir, existem?
Quem procurar a cardiopneumologista Andreia Neves em busca de dicas e estratégias milagrosas para pôr bebés e crianças a dormir acabará, com toda a certeza, desiludido. A especialista em sono sorri quando a pergunta, em género de ajuste de expectativas, surge: existe alguma fórmula mágica para pôr os mais pequenos a dormir? “A resposta é um grande não”, diz. O assunto, na verdade, não é para brincadeiras. “É importante deixarmos de aligeirar tanto estes temas de saúde”, pede a autora do livro O Sono do Meu Bebé (Ideias de Ler), preocupada por saber que a aflição de pais em privação de sono é terreno fértil para vendedores da banha da cobra. “Muitas vezes os pais estão desesperados e frágeis e há um aproveitamento disso”, lamenta Andreia Neves, falando de um “grande marketing” em torno do sono.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.