Europa
Josephine Baker é a primeira mulher negra a entrar no Panteão francês
Não podia deixar de ser um espectáculo, cantado, coreografado e com o seu momento orquestral, a cerimónia que conduziu o caixão de Josephine Baker, 46 anos depois da sua morte, ao Panthéon francês, tornando-se na primeira mulher negra a encontrar o seu lugar no templo republicano, em Paris.
Uma hora depois de ter começado, o cortejo fúnebre chegou às portas do Panteão ao som de J’ai Deux Amours, uma das canções mais conhecidas de Josephine Baker, símbolo de uma mulher que teve dois países — nasceu em Saint Louis em 1906, nos EUA, e morreu em Paris em 1975 —, e uma biografia extraordinária. Foi bailarina, cantora, actriz, activista dos direitos humanos, espia durante a Segunda Guerra Mundial, uma libertária em relação ao corpo feminino, feminista e um ícone dos loucos anos 20. Como apontava o canal France 24, que transmitiu a cerimónia em directo, foi essa herança multifacetada, onde cada um pode encontrar o que quer, que permitiu a toda uma nova geração de franceses identificarem-se com a artista e descer à rua para a homenagear.