As noites brancas de Andrei Konchalovsky
Com As Noites Brancas do Carteiro, filme de 2014, já era evidente, como se comprovou, que o cinema não acabara para o octogenário Konchalovsky.
No final da 71ª edição de Veneza, em 2014, quando já tinha debandado parte da população que faz ruído nos festivais de cinema, os caçadores de quotes e os papa-junkets que partiram em direcção a outros supermercados, chegou o último filme em concurso, de título dostoievskiano: The Postman’s White Nights. Parecia chegar depois do fim (até porque os sinais do Outono assentavam arraiais), parecia o que sobrara depois de uma carreira. A última vez que o russo Andrei Konchalovsky estivera em Veneza, 12 anos antes, com House of Fools, há muito que parecia ter-se perdido entre séries para a TV ou um Quebra-Nozes em 3D, como antes navegara entre a Rússia e os EUA — para onde fora trabalhar nos anos 90 chegando a namorar o cinema de acção com Stallone mas onde também fizera corpo e alma com a “inocência americana” e com o pico de sensualidade de Nastassja Kinski (Os Amantes de Maria).
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