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Eles foram à Polónia representar o breaking português: “Brilhar é mais importante que ganhar”
O breaking entrou na vida de Roman Bedusenko, ou XXL, de forma inesperada. “A minha mãe estava a pôr-me em todos os sítios possíveis. Experimentei tudo, desde o karaté às danças tradicionais”, conta. Mas quando viu um grupo de rapazes a fazer breaking num parque, apontou o dedo e vaticinou: “Quero ser como eles.” Na altura tinha 11 anos e vivia na Ucrânia, onde nasceu. Antes de vir para Portugal, passou pela Rússia, onde “já tinha mais informação” sobre o hip-hop e ficou inspirado, quase “doente”, por esta cultura. Agora, por cá fixado — e integrado nos Momentum Crew —, leva a bandeira portuguesa às competições por onde passa, como a Red Bull BC One World, em Gdansk, na Polónia, onde esteve no fim-de-semana de 6 e 7 de Novembro, depois de vencer a competição nacional.
Consigo, a representar Portugal, foi a também vencedora portuguesa, a b-girl Vanessa Marina, e Max Oliveira, fundador dos Momentum Crew, que além de concorrer com XXL na categoria Breakdown the Floor, foi também host da categoria Bonnie and Clyde (onde os participantes concorrem em pares). Em 2012, Vanessa já “fazia alguns estilos de hip-hop”, como o house, até que pediu a um amigo algumas “dicas de chão” para incorporar no estilo. “Devagar, comecei a experimentar [o breaking]. É um estilo muito viciante, o progresso é muito visível”, contou ao P3 em Gdansk, depois de subir ao palco para competir com pessoas que são, para si, “inspirações” — e que, alegra-se, estiveram a uma mesa de distância no pequeno-almoço.
Foi a americana Logistx e o b-boy Amir, natural do Cazaquistão, que levaram o troféu para casa. O que não chateia os representantes de Portugal: “Brilhar, às vezes, é mais importante do que ganhar”, garante Vanessa. E XXL volta a casa “mais inspirado do que chateado” — mas também determinado a treinar e voltar para o ano, para ganhar.
“O breaking é um estilo de vida. Para mim é tudo. Maneira de pensar, de viver, de ver as coisas”, afirma o b-boy, sobre a modalidade que em 2024 deverá ser disputada nos Jogos Olímpicos. E Vanessa assegura: “Ensinou-me quem é a Vanessa como mulher. Mostra-nos que se lutarmos pelas coisas elas acontecem. É o meu estilo de vida.” MD
O PÚBLICO viajou a convite da Red Bull