Movimento quer controlo dos sedimentos dragados no decorrer da obra do paredão de Leixões
As dragagens estão a ser feitas no âmbito da obra de prolongamento do quebra-mar exterior e de melhoria das acessibilidades marítimas ao porto.
O impulsionador do Movimento Diz Não ao Paredão, Humberto Silva, pediu nesta terça-feira um controlo contínuo dos sedimentos dragados e descarregados nas praias, bem como a divulgação das suas análises, na sequência das obras no Porto de Leixões, em Matosinhos.
“A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) garante que as amostras de 2017 são de boa qualidade, mas nós sabemos que o volume que irá ser dragado é um volume muito grande, há sempre um certo nível de incerteza sobre o que se pode encontrar”, disse Humberto Silva à Lusa.
As dragagens estão a ser feitas no âmbito da obra de prolongamento do quebra-mar exterior e de melhoria das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, em Matosinhos.
O líder daquele movimento, que contesta aquela empreitada em Leixões, pediu que haja um controlo contínuo de todo o material que é dragado e descarregado nas praias de Matosinhos e do Porto. Além disso, o também presidente da Associação Década Reversível (Adere) defendeu “abertura e transferência” na comunicação dos resultados das análises a esse dragado.
O objectivo é a comunidade saber aquilo que está a receber nas praias, porque, caso não haja esse controlo “quase em tempo real”, não se sabe se aquele material está em condições para ser descarregado, considerou. O dirigente do Movimento Diz Não ao Paredão assumiu ainda que a espuma e a cor escura dos sedimentos não o deixam sossegado.
Na segunda-feira, em conferência de imprensa, a APDL garantiu que a dragagem no âmbito da obra do Porto de Leixões tem um “vector de sustentabilidade” que prevê a reposição de sedimentos no litoral e não “acarreta preocupações ambientais”.
A intervenção está numa “primeira etapa, que diz respeito à dragagem de sedimentos”, seguindo-se “uma segunda etapa, que é a dragagem da rocha”, explicou aos jornalistas o engenheiro civil Hugo Lopes. Questionado sobre a cor escura dos sedimentos, o engenheiro da APDL explicou que é como nos leitos dos rios, onde há “alguns lodos” e outro material “um bocadinho mais turvo, mais escuro, que dá alguma cor”.
O responsável pela empreitada destacou que a dragagem inclui um “vector de sustentabilidade”, prevendo a sua devolução às praias, “sempre que o material é de boa qualidade”.
Com um prazo de execução de 30 meses, a empreitada de melhoria das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, que compreende o prolongamento do quebra-mar em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação, implica um investimento de 147 milhões de euros. Destes, 131 milhões de euros são em obra e o restante em serviços complementares como fiscalização e coordenação de segurança.