Covilhã e Santa Maria da Feira entram na Rede das Cidades Criativas da UNESCO
Em Portugal, a Rede de Cidades Criativas inclui já Amarante, Idanha-a-Nova, Leiria, Óbidos, Barcelos, Caldas da Rainha e Braga.
A Covilhã e Santa Maria da Feira então entre as 49 novas entradas na Rede das Cidades Criativas da UNESCO, anunciou nesta segunda-feira a directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay.
A escolha deste conjunto de cidades - que inclui ainda, no Brasil, Campina Grande e Recife - resulta do “reconhecimento do seu compromisso em colocar a cultura e a criatividade no centro do desenvolvimento e partilha de conhecimento e boas práticas”, indicou um comunicado da UNESCO.
Criada em 2004, a Rede das Cidades Criativas (Creative Cities Network, UCCN na sigla em inglês), engloba actualmente 295 cidades em 90 países que estão a investir na cultura e na criatividade - nas áreas de artesanato e arte popular, design, cinema, gastronomia, literatura, media arts e música - para ter impacto no desenvolvimento urbano sustentado.
“É preciso desenvolver um novo modelo urbano em cada cidade, em conjunto com os seus arquitectos, urbanistas, arquitectos paisagistas e cidadãos”, sublinhou a directora-geral da UNESCO, acrescentando que aquela organização está a apelar a toda a gente para que “trabalhem com os governos para reforçar a cooperação internacional entre cidades que a UNESCO quer promover”.
Localizada no distrito de Castelo Branco, a Covilhã entra na Rede de Cidades Criativas com a área do design como foco, e Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, a gastronomia.
A candidatura da Covilhã a Cidade Criativa do Design tinha sido aceite formalmente pela UNESCO-Portugal a 30 de Junho, após três anos de preparação, passando os critérios de selecção da organização internacional.
Na altura, o presidente da Comissão Nacional da UNESCO, José Moraes Cabral, sublinhou, num documento de apoio, “a rica herança cultural e histórica” da cidade, “indissociável do seu património têxtil, da indústria de lanifícios e do pioneirismo no ensino do debuxo, que a transformaram num espaço onde a criatividade é favorecida e o design se tornou um activo essencial na construção do futuro”.
Dentro do universo lusófono, foram seleccionadas Campina Grande e Recife, no Brasil, que terão como foco as media arts e a música, respectivamente.
As 49 novas cidades agora seleccionadas para entrar na rede, como Bohicon, no Benim, Doha, no Qatar e Jacarta, na Indonésia, vão unir esforços com aquelas que já são membros para “desenvolver políticas urbanas inovadoras e soluções que colocam os cidadãos e a sustentabilidade no centro do processo de desenvolvimento urbano”, como advoga o programa Soluções Urbanas, lançado pela Plataforma das Cidades da UNESCO em 2021.
Na mesma linha, e, no contexto da pandemia Covid-19, a UNESCO solicitou aos membros da Rede das Cidades Criativas para reunirem e divulgarem informação sobre a forma como responderam ao impacto da doença, no sentido de dar apoio à recuperação das cidades em todo o mundo.
Em Portugal, a Rede de Cidades Criativas inclui já Amarante, Idanha-a-Nova, Leiria (música), Óbidos (literatura), Barcelos, Caldas da Rainha (artesanato e artes populares) e Braga (artes digitais).