Greta Thunberg acusa partidos de não fazerem o suficiente pelo clima
Antecipando as eleições legislativas na Alemanha, Greta Thunberg discursou numa manifestação e deixa um aviso: “Não se esqueçam que o voto não chega. Temos que continuar a ir para as ruas e a exigir aos nossos governantes que tomem medidas concretas a favor do clima”.
A activista climática sueca Greta Thunberg acusou os partidos políticos de “não fazerem o suficiente” contra o aquecimento global. A jovem falou perante milhares de pessoas que se manifestaram, esta sexta-feira, na capital alemã numa greve climática estudantil.
“Devemos votar e vocês devem votar. Mas não se esqueçam que o voto não chega. Temos que continuar a ir para as ruas e a exigir aos nossos governantes que tomem medidas concretas a favor do clima”, salienta Thunberg na manifestação de Berlim, replicada noutras cidades da Alemanha, na antevéspera das eleições legislativas na Alemanha.
Com palavras de ordem a exigir o “fim do carvão”, uma multidão, entre a qual se incluíam muitos jovens, mas também famílias com crianças, juntou-se em frente do Reichstag, o parlamento alemão, erguendo bandeiras e faixas onde se liam frases como “A Terra tem febre”, “É o nosso futuro” ou “Votem”.
As mensagens visavam, em parte, os candidatos à substituição da chanceler alemã Angela Merkel, cujo lugar se disputa numa votação ainda sem vencedores anunciados. A porta-voz alemã do movimento Fridays for Future, Luisa Neubauer, revela à agência France Presse que se trata da “eleição do século”, sublinhando que a mudança só vai acontecer quando houver “pressão nas ruas” sobre os políticos.
Sociais-democratas, Democratas-cristãos e Verdes são os mais bem colocados nas sondagens. Estes partidos elegeram nos seus programas eleitorais a defesa do ambiente como uma das suas principais prioridades para os próximos quatro anos, comprometendo-se a agir para limitar o aquecimento global a 1,5 graus acima da era pré-industrial até ao fim do século.
Durante a campanha eleitoral, em meados de Julho, a Alemanha sofreu cheias destruidoras que fizeram mais de 180 mortos no oeste do país e que os especialistas relacionaram com os fenómenos decorrentes das alterações climáticas.