Ambiente
Eles estão na rua: por todo o mundo, ouvem-se protestos pelo clima
Em Lisboa, a marcha contou com cerca de 200 pessoas. "Só deixa de haver motivos para fazer greve quando os governos e as instituições decidirem dar ouvidos" aos activistas, afirmam.
Por todo o mundo já se vão ouvindo os protestos pelo clima - estão marcados mais de 1200. Esta sexta-feira, os activistas encheram as ruas de Berlim, Varsóvia, Áustria e também de Lisboa, mas há mais protestos marcados, inclusivamente em várias outras cidades do país.
Na Alemanha, a manifestação contou com Greta Thunberg, a jovem sueca que deu início ao movimento, e que, depois de marchar junto dos restantes activistas, subiu ao palco para discursar. Acusou os partidos políticos de "não fazerem o suficiente" e, em antevéspera de eleições legislativas alemãs, fez campanha pelo voto, sem esquecer a luta: “Devemos votar e vocês devem votar. Mas não se esqueçam que o voto não chega. Temos que continuar a ir para as ruas e a exigir aos nossos governantes que tomem medidas concretas a favor do clima.”
Por cá, esta manhã saiu-se à rua em Albufeira, Aveiro, Braga, Faro, Lisboa, Madeira, Mafra, Santarém e Viseu. Estão ainda marcados protestos nas Caldas da Rainha (Praça da Fruta, 15h), Coimbra (Praça 8 de Maio, 17h), Guimarães (Largo Condessa da Mumadona, 15h), Porto (da Praça da República à Avenida dos Aliados, 15h) e Sines (às 18h).
Em Lisboa, cerca de 200 pessoas marcaram presença na manifestação. A porta-voz da Greve Climática Estudantil Diana Neves disse à agência Lusa que "só deixa de haver motivos para fazer greve quando os governos e as instituições decidirem dar ouvidos" e "fazer uma transição justa, tanto climática como social". "Até lá, vamos continuar a sair e a reivindicar os nossos direitos, sobretudo o direito a ter futuro", declarou, apontando que "o sistema socioeconómico continua a ser guiado pelas empresas [que exploram combustíveis] fósseis", referiu.
Sobre a interseccionalidade da marcha — que, desta vez, trouxe para a mesa o racismo, o sexismo, a discriminação de pessoas com deficiência e a desigualdade de classes —, Diana Neves referiu que "a crise climática é um dos factores que vai aumentar todas as outras crises". "Sabemos que são sempre as mesmas pessoas que estão mais expostas e são mais fragilizadas a qualquer crise social, desde as minorias étnicas às mulheres, aos trabalhadores ou aos "LGBTQIA+", disse a porta-voz da Greve Climática Estudantil.
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