Aqui há pop, música experimental e de filmes — e um uivo
O mistério Ennio Morricone não explicado mas ouvido. Em Ennio, documentário de Giuseppe Tornatore estreado no Festival de Veneza, há canções pop, música instrumental e os seus ruídos, bandas sonoras. E um uivo.
Não se resolve o dilema Ennio Morricone/melodia. Supostamente, o compositor odiava-a, não gostava da melodia. Mas como conciliar isso, e na falta de arsenal psicanalítico para ajudar a explicar ou contextualizar esse seu statement, com os “temas” sumptuosos e nostálgicos das bandas sonoras de Era uma vez no Oeste/Once Upon a Time in the West (Sergio Leone, 1968) e, caso de Tema de Deborah, de Era uma vez na América/Once Upon a Time in America (Sergio Leone, 1984)? Ou com as intervenções, de enorme projecção lúdica, nos arranjos de canções de artistas pop editados pelo ramo italiano da RCA, como Non son degno di te, cantada por Gianni Morandi, ou ainda com a majestosidade de Here’s to You, que Morricone compôs e Joan Baez cantou para a banda sonora do filme de Giuliano Montaldo Sacco & Vanzetti?
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