Atletas que nos representam

Ainda a pensar nos Jogos Olímpicos, eis um livro que nos dá a conhecer a vida de alguns atletas portugueses.

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Fernanda Ribeiro Andrea Ebert
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Carlos Lopes Andrea Ebert
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Joaquim Agostinho Andrea Ebert
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Vanessa Fernandes Andrea Ebert
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Fernando Pimenta Andrea Ebert
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Elisabete Jacinto Andrea Ebert
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Miguel Oliveira Andrea Ebert
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Teresa Bonvalot Andrea Ebert
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Capa de “Os Nossos Heróis do Desporto”, editado pela Nuvem de Tinta Pedro Aires Pinto

Pequenas biografias para grandes feitos. Do “menino que era pedreiro aos 11 anos e trouxe para Portugal a primeira medalha de ouro olímpica” pela prova de maratona, aos 37 anos (Carlos Lopes), a um outro que começou na natação e desaguou “na canoagem, para dar a única medalha a Portugal nos Jogos Olímpicos de 2012” (de prata) e que nesta última edição, 2020, conquistou uma de bronze (Fernando Pimenta) e ainda “a menina portuguesa mais jovem de sempre a ganhar uma medalha olímpica”, de prata, em Pequim 2008, tinha 22 anos (Vanessa Fernandes, triatlo).

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Rosa Mota Andrea Ebert

Várias modalidades e percursos são retratados de forma bem-disposta em Os Nossos Heróis do Desporto. Entre os 50 atletas descritos pelo autor, Rui Miguel Tovar, encontram-se Joaquim Agostinho (ciclismo), Rosa Mota (maratona), Fernanda Ribeiro (10 mil metros), Elisabete Jacinto (motocrosse e camiões), Miguel Oliveira (motociclismo), Nelson Évora (triplo salto), Obikwelu (100m-400m), Teresa Bonvalot (surf), Telma Monteiro (judo).

Nomes do basquetebol, râguebi, hóquei em patins, taekwondo, remo, salto em comprimento, vólei, ténis, ténis de mesa, ballet, hipismo, patinagem artística, vela, ginástica artística, caiaque, tiro, trampolim têm lugar neste livro. Mas o futebol não foi esquecido: Cristiano Ronaldo e José Mourinho, entre outros, também têm direito a curtas biografias. O mesmo para Sandra Bastos, “a menina que sonhava ser jogadora de futebol e acaba a fazer história como a primeira árbitra portuguesa a apitar num Mundial feminino”.

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Nelson Évora Andrea Ebert

Desenhar o momento especial

Coube a Andrea Ebert ilustrar estes “heróis”, tendo a ilustradora, natural de São Paulo, Brasil, contado ao PÚBLICO que teve “liberdade total para desenhar os desportistas, usar o grafismo do que é cada desporto e fazer a composição com aqueles cenários fantásticos das diferentes modalidades”.

Fez “uma pesquisa profunda”, para “poder pegar naquele momento especial da vida do atleta, o movimento antes de saltar ou quase a ganhar ou já mesmo a festejar a chegada à meta”.

O mais difícil foi encontrar referências fotográficas antigas. “De 2000 para cá, havia muitas fotografias. Foi mais fácil”, descreve. “A mais difícil foi a dos irmãos da vela” (Duarte e Fernando Bello, primeira medalha de prata olímpica para Portugal, 1948). “Aconteceu o mesmo com o autor do texto, tinha pouca informação, mas é uma história fantástica.” Os irmãos eram de Lourenço Marques (actual Maputo) e na primeira participação nos Jogos (Londres) estrearam-se a velejar num tipo de barco apenas conhecido por eles através de fotografias, um swallow.

Formada em Moda, Andrea Ebert passou a dedicar-se à ilustração em 2002. Dez anos depois, mudou-se para Lisboa, “por uma questão de qualidade de vida”. Recorre habitualmente à xilogravura, mas neste livro usou “pintura em tela, para criar texturas e dar aquele efeito de pincelada”, aplicando depois “um tratamento digital”.

Satisfeita com o resultado do seu trabalho e da obra na sua globalidade, ficou agora com vontade de “fazer um livro com outros heróis, músicos por exemplo”. Gostaria de ver “a ética desportiva ser transposta para os heróis da cultura”, diz. E acrescenta: “Não são só os desportistas que fazem por sobreviver no mundo em que estamos.”

Numa próxima publicação, não poderão faltar os recentemente medalhados Pedro Pablo Pichardo (ouro no triplo salto) Patrícia Mamona (prata também no triplo salto) e Jorge Fonseca (bronze em judo). Fernando Pimenta já consta, mas conquistou agora mais uma medalha (bronze em K1-1000). Também os heróis paralímpicos mereciam não ser ignorados. E são muitos, muitos.

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Emanuel Silva Andrea Ebert

O presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, assina o prefácio, em que descreve o livro deste modo: “É uma agradável viagem em torno do quotidiano e das histórias de vida de vários atletas que ajudaram a construir o nosso país desportivo.”

Entre os atletas que nos representam, há os que nasceram em Portugal e os que se tornaram portugueses, por escolha própria ou da família. Todos nos comovem da mesma forma e com igual intensidade. Pelo sonho, empenho e pela perseverança, parabéns e obrigada.


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