Líder da Samsung sai em liberdade condicional após indulto do Governo sul-coreano

Lee tinha sido originalmente condenado a cinco anos de prisão em Agosto de 2017 por pagar estes subornos com o objectivo de obter um tratamento favorável das autoridades e por desviar fundos, ocultar bens no estrangeiro e cometer perjúrio.

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Lee Jae-yong foi condenado em Janeiro a dois anos e meio de prisão KIM CHUL-SOO/EPA

O líder de facto da Samsung, Lee Jae-yong, preso por corrupção, saiu esta sexta-feira em liberdade condicional, graças a um indulto do Governo que dividiu a sociedade sul-coreana.

Lee foi recebido por uma multidão de jornalistas e por pessoas que entoaram o seu nome.

"Lamento muito por causar tanta inquietação aos cidadãos coreanos”, disse aos jornalistas. “Tenho ouvido e prestado atenção às preocupações, críticas e expectativas a meu respeito. Vou tentar fazer o meu melhor”, concluiu.

A 9 de Agosto, o Governo sul-coreano decidiu conceder o perdão ao empresário de 53 anos, o líder de facto do maior grupo empresarial do país, por ocasião do Dia da Libertação Nacional, quando as autoridades costumam conceder indultos a alguns prisioneiros que cumpriram 60% das sentenças.

Lee foi condenado em Janeiro a dois anos e meio de prisão por subornos que pagou à rede criada em torno da ex-Presidente sul-coreana Park Geun-hye e da sua amiga, Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina”, num novo julgamento do caso que chocou o país.

Lee tinha sido originalmente condenado a cinco anos de prisão em Agosto de 2017 por pagar estes subornos com o objectivo de obter um tratamento favorável das autoridades e por desviar fundos, ocultar bens no estrangeiro e cometer perjúrio.

Contudo, em Fevereiro de 2018, um tribunal de recurso reduziu a sentença e permitiu-lhe sair da prisão, mas voltou a ser julgado em Agosto de 2019, quando um tribunal superior apresentou novas acusações contra o empresário, obrigando à repetição do julgamento.

Entre o tempo que passou na prisão entre 2017 e 2018 e os mais de seis meses que esteve preso este ano, Lee já tinha cumprido 60% da pena de dois anos e meio.

No entanto, a decisão não foi isenta de controvérsia, uma vez que parte da sociedade sul-coreana considera que o perdão contraria a promessa do actual presidente sul-coreano, Moon Jae-in, de combater a corrupção.