Primeiro-ministro são-vicentino agredido em protesto contra vacinas obrigatórias

Governo de São Vicente e Granadinas quer impor a vacinação a alguns funcionários do sector público e dos serviços de saúde.

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O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, é levado depois da agressão ROBERTSON S. HENRY/Reuters

O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, foi agredido esta quinta-feira durante os protestos contra as alterações na Lei de Saúde Pública para tornar obrigatória a vacinação contra o coronavírus para alguns funcionários do sector público e dos serviços de saúde.

O incidente ocorreu quando o primeiro-ministro da nação caribenha tentou entrar na Assembleia Legislativa, na capital Kingstown, onde seriam discutidas emendas à legislação para poder aplicar as novas medidas sanitárias.

Cerca de 200 manifestantes receberam Gonsalves num protesto que terá sido convocado pela oposição, indicou o gabinete do primeiro-ministro, referindo que os participantes na manifestação impediram o chefe do Governo de entrar no edifício, segundo noticiou o portal local News 784.

Gonsalves preparava-se para entrar na Assembleia quando foi atingido na cabeça com uma pedra, que o obrigou a receber tratamento no Hospital Memorial Milton Cato, de onde foi depois levado para Barbados. Imagens nas redes sociais mostram Gonsalves a sangrar da cabeça.

As autoridades confirmaram que foi detida uma mulher por agressão e tentativa de homicídio contra o primeiro-ministro. A detenção foi anunciada pela Polícia e confirmada pelo senador Julian Francis.

“Quero dizer que uma mulher foi detida. Poderá haver mais. Ela queria apresentar as suas desculpas ao primeiro-ministro e eu disse não”, disse Francis ao Parlamento.

“Que se desculpe perante o líder da oposição. Deixem-me dizer uma coisa. Cuidado com o que fazem. As redes sociais estão a vigiar-vos e, às vezes, são melhores do que a Polícia”, disse o senador, referindo-se, aparentemente, ao facto de a suspeita ter sido identificada pelas imagens que circularam logo após o incidente.

Gonsalves especificou esta semana que a intenção do seu Governo não era tornar a vacinação obrigatória no país, embora fosse uma exigência para os trabalhadores da “linha de frente” do sector da saúde serem vacinados contra a covid-19.

O governante ressalvou, no entanto, que a alteração da lei não implicará qualquer sanção para as pessoas que recusem ser vacinadas, que poderão ser transferidas para outro emprego, informou a TV SVG.

Com 110.500 habitantes, o arquipélago de São Vicente e Granadinas acumula actualmente mais de dois mil casos de covid-19 e doze mortes, tendo já vacinado 8,9% da população.

 
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