Scarlett Johansson processa Disney por lançamento híbrido de Viúva Negra
A actriz considera que o lançamento simultâneo nas salas de cinema e na plataforma de streaming Disney+ foi uma quebra de contrato que a fez perder receitas, a Walt Disney Company alega que a queixa não tem fundamento e que ela saiu beneficiada com isso.
Scarlett Johansson, a actriz e produtora executiva da longa-metragem Viúva Negra, da Marvel, colocou num tribunal superior de Los Angeles um processo contra a Walt Disney Company por alegada quebra de contrato, divulgou o The Wall Street Journal. A norte-americana argumenta que a Disney não cumpriu o contrato ao fazer em simultâneo o lançamento do filme, em que ela é protagonista, nas salas de cinema e na plataforma de streaming Disney +, onde os espectadores pagam 29,99 dólares, ou 21,99 euros em Portugal, pelo acesso premium ao filme. É que parte do seu salário é contabilizado com a percentagem que recebe dos números de bilheteira. Os advogados da actriz alegam que estava previsto que Viúva Negra se manteria em estreia única nas salas de cinema durante 90 a 120 dias, antes de ser lançado nas plataformas de streaming.
“A Disney induziu intencionalmente a violação do contrato da Marvel, sem justificação, para evitar que a senhora Johansson recebesse todos os benefícios do seu contrato com a Marvel”, lê-se no processo segundo o jornal britânico The Guardian,
No início, a estreia do filme em sala correu muito bem. Depois do primeiro fim-de-semana, a 10 e 11 de Julho, a Walt Disney Company anunciou que este seu filme Marvel foi a melhor estreia no mercado norte-americano desde o início da pandemia, com receitas estimadas na ordem dos 181 milhões de euros — 50 milhões dos quais vinham do acesso premium ao filme na plataforma de streaming Disney+.
Mas na segunda semana de exibição do filme em sala desceu 67% e os distribuidores culpam a Walt Disney por ter optado por fazer um lançamento híbrido. Por sua vez, a Walt Disney Company reagiu dizendo que a queixa colocada nos tribunais pela actriz não contempla os efeitos da pandemia nos acessos às salas de cinema que pioraram com a variante Delta, que esta queixa “não tem qualquer fundamento” pois cumpriram o contrato e afirmam ainda que a actriz beneficiou com a estreia do filme na Disney+ pois as receitas do filme seriam piores se isso não tivesse acontecido.
Recentemente, a Warner Bros, outro dos grandes estúdios de Hollywood, anunciou que dez dos seus filmes vão estrear-se em 2022 simultaneamente nas salas de cinema e na plataforma HBOMax mas avisou também que só o fará depois dos filmes terem ficado 45 dias em sala.
O que se pode prever é que, independentemente da decisão do tribunal, o caso venha mudar a maneira como são estabelecidos os contratos entre os actores e os estúdios por causa da forma como os filmes são agora distribuídos.