Rainha alterou lei ambiental na Escócia para benefício próprio

Advogados da monarca pressionaram ministros do Governo escocês. Propriedades da rainha ficam isentas do diploma, que tem por objectivo reduzir as emissões de carbono.

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A defesa do clima e a luta contra as alterações climáticas tem sido uma das prioridades defendidas pela casa real nos discursos públicos Reuters/POOL

Os advogados da rainha Isabel II pressionaram ministros do Governo escocês para alterarem um projecto de lei em benefício da família real. De acordo com documentos revelados pelo jornal britânico The Guardian, o objectivo passaria por garantir que as propriedades privadas da monarca não seriam incluídas nesta lei, que tem como objectivo a diminuição das emissões de carbono.

Esta isenção significa que a rainha, uma das maiores detentoras de terrenos na Escócia, é a única pessoa do país que não está obrigada a cumprir esta lei, que permite a construção de uma rede de condutas, alimentadas com energias renováveis, que servirão para aquecer casas e empresas. A vantagem deste circuito passa pela redução emissões de CO2, com o Governo de Sturgeon a elogiar o facto de estar a ser criados trabalhos “verdes”.

Os documentos mostram também que o Governo de Nicola Sturgeon escondeu estas pressões da família real, depois de um político escocês ter questionado, durante um debate parlamentar, sobre o motivo pelo qual a rainha procurava uma isenção desta lei.

Para aprovar esta isenção foi usado um procedimento parlamentar chamado “consentimento da rainha”, algo que dá à monarca um conhecimento prévio da legislação.

Paul Wheelhouse, então ministro da Energia, diz que esta alteração à lei foi crucial para garantir a sua aprovação, mas também não deixou claro, no debate sobre este projecto, que os advogados da rainha tenham discutido com o Governo a modificação da lei. Citado pelo Guardian, o antigo ministro disse ainda que estas isenções são, por vezes, um passo essencial para obter a aprovação da rainha. 

A lei foi aprovada a 17 de Fevereiro, depois de Isabel II ter concordado com a alteração e as restantes alíneas do diploma.

A defesa do clima e a luta contra as alterações climáticas tem sido uma das prioridades defendidas pela casa real nos discursos públicos. 

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