Santander lucra menos 52,9% em Portugal no semestre
Resultados “continuam a refletir a situação de pandemia” e os seus “efeitos sobre a actividade económica em geral”, justificou hoje a instituição financeira
Os lucros do Santander Totta SGPS caíram no primeiro semestre do ano, para 81,4 milhões de euros, uma redução de 52,9% relativamente a período homólogo de 2020, anunciou a instituição bancária.
Em comunicado, Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Banco Santander Portugal, diz que estes resultados “continuam a reflectir a situação de pandemia e os respectivos efeitos sobre a actividade económica em geral” e recorda que, apesar da queda dos lucros, o banco “manteve uma posição sólida de liquidez e níveis de capitalização bastante elevados”.
“Observamos, face ao semestre homólogo, um crescimento ligeiro da margem comercial, fruto da boa evolução das comissões, que mais do que compensa a redução de margem financeira”, sublinha.
Na informação hoje divulgada, a instituição bancária frisa que o resultado líquido do primeiro semestre do ano foi impactado pela constituição, no primeiro trimestre, “de uma provisão no valor de 164,5 milhões de euros (líquida de impostos), para fazer face ao processo de reestruturação do banco”.
O presidente executivo diz ainda que, “em resultado desse esforço de todos e da confiança depositada no Banco, os números dos primeiros seis meses do ano evidenciam um crescimento de clientes digitais, de clientes de primeiro banco, do crédito e dos recursos”.
“Mantivemos quotas de mercado robustas na nova produção de crédito, de 22,6% e 21,4%, para crédito a empresas e habitação, respectivamente”, acrescenta.
Moratórias ascendem a 6100 milhões
Segundo os dados divulgados, no final do Junho as moratórias abrangiam cerca de 43 mil clientes, no montante global de 6,1 mil milhões de euros de crédito (14% da carteira total), uma redução de 28% face ao valor registado em Dezembro de 2020.
As linhas de crédito com garantia do Estado chegaram aos 1,6 mil milhões de euros, abrangendo cerca de 14 mil clientes.
O total de crédito a clientes foi de 43,4 mil milhões de euros, equivalente a um aumento de 3% face ao período homólogo, com destaque para o crescimento do crédito à habitação em 5,9%.
As quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação (valores acumulados a Maio) situaram-se em 22,6% e 21,4%, respectivamente.
O Santander Totta diz ainda que os recursos de clientes ascenderam a 45,6 mil milhões de euros, um aumento de 5,9% face ao mesmo período do ano passado, evolução determinada pelo aumento de 4% em depósitos e de 15,6% em recursos fora de balanço.
O número de clientes digitais no primeiro semestre aumentou 13,3% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 981 mil (58% do total de clientes de banco principal).
Segundo os dados do primeiro semestre, as vendas em canais digitais representam 59% do total, em valores acumulados desde o início do ano, o que representa um aumento de 22 pontos percentuais face ao período homólogo.