Entre estrelas e auroras: o universo visto à lupa, num concurso de imagens “impressionantes”

Já são conhecidos os candidatos ao prémio de melhor Fotógrafo de Astronomia de 2021. O concurso, promovido pelo Observatório Real de Greenwich, recebeu milhares de imagens de galáxias, erupções solares, auroras boreais e planetas.

A Nebulosa da Chama, na constelação Orion, situada a cerca de 900 a 1500 anos-luz da Terra. Mesmo fora do campo de visão, no topo da imagem, fica a estrela brilhante Alnitak, a estrela mais oriental no Cinturão de Orion. A Nebulosa da Chama faz parte do Complexo de Nebulosa Molecular de Orion, uma região de formação de estrelas que inclui a famosa Nebulosa Cabeça de Cavalo. Fotografia tirada em St Arnaud, Victoria, Austrália, em Novembro - Dezembro de 2020. ©Steven Mohr
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A Nebulosa da Chama, na constelação Orion, situada a cerca de 900 a 1500 anos-luz da Terra. Mesmo fora do campo de visão, no topo da imagem, fica a estrela brilhante Alnitak, a estrela mais oriental no Cinturão de Orion. A Nebulosa da Chama faz parte do Complexo de Nebulosa Molecular de Orion, uma região de formação de estrelas que inclui a famosa Nebulosa Cabeça de Cavalo. Fotografia tirada em St Arnaud, Victoria, Austrália, em Novembro - Dezembro de 2020. ©Steven Mohr

De 75 países chegaram imagens de noites coloridas por auroras boreais, galáxias vistas através de uma lupa, da superfície da lua ou do nascer do sol numa das zonas mais ricas, e poluídas, de Xangai. O Observatório Real de Greenwich anunciou os candidatos a Fotógrafo de Astronomia do Ano, na 13.ª edição do concurso.

“Apesar de todos os desafios trazidos pelo último ano, o concurso do Fotógrafo de Astronomia do Ano do Observatório Real de Greenwich recebeu, mais uma vez, milhares de imagens impressionantes”, afirmam, em comunicado.

Algumas das fotografias, como o grande plano da Nebulosa da Alma, capturado por Kush Chandaria, de 14 anos, exigiram mais de dez horas de exposição. Já o veterano Andrew McCarthy conseguiu retratar o campo magnético do Sol, após uma grande erupção na superfície da estrela.

O vencedor será anunciado a 16 de Setembro e receberá um prémio de quase 12 mil euros. Existirão, ainda, premiados em diversas categorias: Auroras, Pessoas e Espaço, O nosso Sol, Galáxias, Estrelas e Nebulosas, entre outras. Os fotógrafos juniores, abaixo dos 16 anos, concorrem ao prémio de Jovem Fotógrafo de Astronomia do Ano. A lista completa de fotografias em concurso pode ser vista aqui.

Capturar a aurora boreal em Murmansk não foi fácil para o fotógrafo por causa das luzes brilhantes na cidade. Conseguiu capturá-la sobre a Baía de Kola após várias tentativas e muitas horas de espera. Fotografia tirada na Baía de Kola, Murmansk, Rússia, a 11 de Janeiro de 2020.
Capturar a aurora boreal em Murmansk não foi fácil para o fotógrafo por causa das luzes brilhantes na cidade. Conseguiu capturá-la sobre a Baía de Kola após várias tentativas e muitas horas de espera. Fotografia tirada na Baía de Kola, Murmansk, Rússia, a 11 de Janeiro de 2020. ©Vitaliy Novikov
Nebulosa do Véu bicolor, fotografada por Peter Feltoti.
Nebulosa do Véu bicolor, fotografada por Peter Feltoti. ©Peter Feltoti
Esta imagem mostra como o campo magnético do Sol empurra porções da cromosfera após uma grande erupção solar. A imagem foi capturada a preto e branco mas trabalhada para realçar o contraste na superfície solar, bem como as características atmosféricas ao seu redor.  Fotografia tirada em Elk Grove, Califórnia, EUA, a 29 de Novembro de 2020.
Esta imagem mostra como o campo magnético do Sol empurra porções da cromosfera após uma grande erupção solar. A imagem foi capturada a preto e branco mas trabalhada para realçar o contraste na superfície solar, bem como as características atmosféricas ao seu redor. Fotografia tirada em Elk Grove, Califórnia, EUA, a 29 de Novembro de 2020. ©Andrew McCarthy
Nebulosa Cabeça de Golfinho, fotografada por Vovin Yahathugoda.
Nebulosa Cabeça de Golfinho, fotografada por Vovin Yahathugoda. ©Vovin Yahathugoda
Com 14 horas de exposição, começaram a surgir detalhes e formas na Nebulosa da Alma. A fotografia foi tirada em Notting Hill, Londres, Reino Unido, a 25-27 de Fevereiro de 2021, por Kush Chandaria, que, à data, teria 13 anos.
Com 14 horas de exposição, começaram a surgir detalhes e formas na Nebulosa da Alma. A fotografia foi tirada em Notting Hill, Londres, Reino Unido, a 25-27 de Fevereiro de 2021, por Kush Chandaria, que, à data, teria 13 anos. ©KushChandaria
Esta fotografia mostra o trajecto das estrelas sobre Dugi Otok na Croácia e a relação entre o nosso planeta e o Universo de uma forma que o olho humano não consegue perceber. O fotógrafo pretendia captar o reflexo das estrelas na água juntamente com o céu, contudo, durante o longo tempo de exposição necessário para capturar os percursos estelares, o vento aumentou e as condições de visão não eram suficientemente favoráveis para um reflexo claro das estrelas. O fotógrafo teve de utilizar as estrelas do céu no processo de edição para alcançar o resultado final.  Fotografia tirada em Mala Rava, Rava, Croácia, a 10 de Julho de 2020.
Esta fotografia mostra o trajecto das estrelas sobre Dugi Otok na Croácia e a relação entre o nosso planeta e o Universo de uma forma que o olho humano não consegue perceber. O fotógrafo pretendia captar o reflexo das estrelas na água juntamente com o céu, contudo, durante o longo tempo de exposição necessário para capturar os percursos estelares, o vento aumentou e as condições de visão não eram suficientemente favoráveis para um reflexo claro das estrelas. O fotógrafo teve de utilizar as estrelas do céu no processo de edição para alcançar o resultado final. Fotografia tirada em Mala Rava, Rava, Croácia, a 10 de Julho de 2020. ©Ivan Vucetic
Fotografia panorâmica da aurora boreal na Islândia. O fotógrafo encontrou este estuário que reflectia na perfeição o céu numa noite de Inverno de temperaturas negativas. Fotografou o cenário primeiro, e depois tirou uma fotografia de si próprio no gelo. Para Larryn Rae, esta é uma das imagens de auroras mais espantosas que alguma vez capturou, e representa uma viagem inspiradora à Islândia durante o Inverno, que também reforçou a sensação de ser apenas uma pequenina parte da vida no planeta, perante uma natureza poderosa. Fotografia tirada em Vik, Região Sul, Islândia, a 31 de Janeiro de 2020.
Fotografia panorâmica da aurora boreal na Islândia. O fotógrafo encontrou este estuário que reflectia na perfeição o céu numa noite de Inverno de temperaturas negativas. Fotografou o cenário primeiro, e depois tirou uma fotografia de si próprio no gelo. Para Larryn Rae, esta é uma das imagens de auroras mais espantosas que alguma vez capturou, e representa uma viagem inspiradora à Islândia durante o Inverno, que também reforçou a sensação de ser apenas uma pequenina parte da vida no planeta, perante uma natureza poderosa. Fotografia tirada em Vik, Região Sul, Islândia, a 31 de Janeiro de 2020. ©Larryn Rae
Em 2015, o Mars Curiosity Rover capturou um incrível pôr-do-sol no Planeta Vermelho. Com quase 390 mil imagens no arquivo do Mars Curiosity, foi necessária uma pequena pesquisa e filtragem para encontrar as imagens exactas que o fotógrafo procurava antes de escolher estas quatro. Fotografia tirada pelo Mars Curiosity Rover, a 15 de Abril de 2015.
Em 2015, o Mars Curiosity Rover capturou um incrível pôr-do-sol no Planeta Vermelho. Com quase 390 mil imagens no arquivo do Mars Curiosity, foi necessária uma pequena pesquisa e filtragem para encontrar as imagens exactas que o fotógrafo procurava antes de escolher estas quatro. Fotografia tirada pelo Mars Curiosity Rover, a 15 de Abril de 2015. ©John White
Enquanto Yang Sutie conduzia na estrada de uma montanha no Tibete à noite e virava a esquina, viu um monte do seu lado direito. As montanhas alinhavam-se com a Via Láctea à sua frente. Parou e subiu pela berma da estrada, colocou a câmara para filmar automaticamente, e conduziu para trás e para a frente nesta curva. Depois, subiu a encosta e incluiu-se na fotografia. Fotografia tirada em Ranwu, Tibete, China, a 22 de Outubro de 2020.
Enquanto Yang Sutie conduzia na estrada de uma montanha no Tibete à noite e virava a esquina, viu um monte do seu lado direito. As montanhas alinhavam-se com a Via Láctea à sua frente. Parou e subiu pela berma da estrada, colocou a câmara para filmar automaticamente, e conduziu para trás e para a frente nesta curva. Depois, subiu a encosta e incluiu-se na fotografia. Fotografia tirada em Ranwu, Tibete, China, a 22 de Outubro de 2020. ©Yang Sutie
Grande plano da superfície solar. A fotografia retrata a chamada cromosfera. A imagem é composta por múltiplos frames sobrepostos e melhorados utilizando o Photoshop.  Fotografia tirada em Los Angeles, Califórnia, EUA, a 25 de Novembro de 2020.
Grande plano da superfície solar. A fotografia retrata a chamada cromosfera. A imagem é composta por múltiplos frames sobrepostos e melhorados utilizando o Photoshop. Fotografia tirada em Los Angeles, Califórnia, EUA, a 25 de Novembro de 2020. ©Siu Fone Tang
Markus van Hauten sempre quis tirar uma fotografia como esta. Durante uma viagem à Islândia em Janeiro, decidiu fazer uma dupla exposição - uma da caverna e uma da aurora boreal e juntou-as. As condições meteorológicas desse dia eram ideais, e o resultado final saiu perfeito. Fotografia tirada em Breidamerkurjökull, Região Leste, Islândia, a 19 de Janeiro de 2020.
Markus van Hauten sempre quis tirar uma fotografia como esta. Durante uma viagem à Islândia em Janeiro, decidiu fazer uma dupla exposição - uma da caverna e uma da aurora boreal e juntou-as. As condições meteorológicas desse dia eram ideais, e o resultado final saiu perfeito. Fotografia tirada em Breidamerkurjökull, Região Leste, Islândia, a 19 de Janeiro de 2020. ©Markus van Hauten
Menorca foi declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1993 e reserva para protecção do céu nocturno desde 2019. Antoni Cladera Barceló capturou esta imagem numa ponte de pedra natural moldada pela erosão das águas. Fotografia tirada em Pont den Gil, Ciutadella, Espanha, a 1 de Julho de 2020.
Menorca foi declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1993 e reserva para protecção do céu nocturno desde 2019. Antoni Cladera Barceló capturou esta imagem numa ponte de pedra natural moldada pela erosão das águas. Fotografia tirada em Pont den Gil, Ciutadella, Espanha, a 1 de Julho de 2020. ©Antoni Cladera Barceló
Enquanto esperava pela aurora boreal, Anna Dobrovolskaya-Mints capturou o percurso das estrelas. No final, decidiu sobrepor todas as imagens. Fotografia tirada perto de Arvidsjaur, Lapónia Sueca, Suécia, a 24 de Outubro de 2020.
Enquanto esperava pela aurora boreal, Anna Dobrovolskaya-Mints capturou o percurso das estrelas. No final, decidiu sobrepor todas as imagens. Fotografia tirada perto de Arvidsjaur, Lapónia Sueca, Suécia, a 24 de Outubro de 2020. ©Anna Dobrovolskaya
Fotografia da Via Láctea sobre os campos de lavanda franceses. Valensole, Alpes-de-Haute-Provence, França, a 22 de Junho de 2020.
Fotografia da Via Láctea sobre os campos de lavanda franceses. Valensole, Alpes-de-Haute-Provence, França, a 22 de Junho de 2020. ©Stefan Liebermann
O cometa NEOWISE a passar por Stonehenge, no Reino Unido. O brilho laranja é a poluição luminosa das aldeias vizinhas de Durrington e Larkhill. Para James Rushforth, é impressionante perceber que este local histórico não existia na última vez em que o cometa NEOWISE tinha passado pela Terra. O cometa deverá regressar daqui a cerca de 6800 anos. A fotografia foi tirada no início da manhã de 20 de Julho de 2020, em Salisbury, Wiltshire, Reino Unido.
O cometa NEOWISE a passar por Stonehenge, no Reino Unido. O brilho laranja é a poluição luminosa das aldeias vizinhas de Durrington e Larkhill. Para James Rushforth, é impressionante perceber que este local histórico não existia na última vez em que o cometa NEOWISE tinha passado pela Terra. O cometa deverá regressar daqui a cerca de 6800 anos. A fotografia foi tirada no início da manhã de 20 de Julho de 2020, em Salisbury, Wiltshire, Reino Unido. ©James Rushforth