Covid-19: DGS recomenda vacinação completa a pessoas recuperadas com imunodepressão

Apesar da infecção natural pelo vírus conferir uma protecção robusta que dura pelo menos seis meses, as pessoas recuperadas que apresentem imunodepressão vão poder receber as duas doses da vacina.

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Em Portugal, os recuperados de infecção estão a ser vacinados com uma dose Daniel Rocha

As pessoas recuperadas de infecção com o novo coronavírus e que apresentem imunodepressão vão poder receber a vacinação completa, anunciou esta sexta-feira a Direcção-Geral da Saúde (DGS), ao reiterar que a infecção natural pelo vírus confere uma “imunidade robusta”.

“Em Portugal, no caso das pessoas que recuperaram de infecção e que apresentam condições de imunossupressão, a DGS recomenda também que sejam administradas duas doses de vacina nas vacinas com esquema vacinal de duas doses e com uma dose de vacina nas vacinas com esquema vacinal de uma dose”, disse à agência Lusa fonte do organismo liderado por Graça Freitas, que adiantou que esta possibilidade já estava prevista na norma sobre a campanha de vacinação.

Segundo a DGS, os dados conhecidos demonstram que a infecção natural pelo vírus SARS-CoV-2 “confere imunidade robusta e duradoura durante pelo menos seis meses” e que a informação disponível “continua a sugerir que existe um risco muito baixo de reinfecções, neste período, em pessoas recuperadas” de covid-19.

Em Portugal, os recuperados de infecção estão a ser vacinados com uma dose, uma vez que, segundo a DGS, os dados disponíveis têm demonstrado que esta solução aumenta os “títulos de anticorpos contra SARS-CoV-2 para níveis semelhantes aos verificados em pessoas, sem história prévia de covid-19, vacinadas com o esquema completo de uma das vacinas utilizadas” no país.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) recomendou esta sexta-feira a administração de duas doses de vacina contra a covid-19 a pessoas de risco, mesmo que tenham estado anteriormente infectadas com o coronavírus SARS-CoV-2.

“Na ausência de provas sobre a eficácia de uma dose de vacina em indivíduos previamente infectados contra o previsto domínio da variante de preocupação Delta, [...] o ECDC aconselha a administração de um curso completo de vacinação a todos os indivíduos com risco acrescido de covid-19 grave, independentemente da infecção anterior”, indicou o organismo em resposta escrita enviada à Lusa.

A posição surge numa altura em que países como Portugal, Áustria, Croácia, Estónia, França, Alemanha, Irlanda, Holanda, Eslovénia e Espanha administram apenas uma dose de vacina a pessoas anteriormente infectadas, e em que a variante Delta do SARS-CoV-2, inicialmente detectada na Índia e mais transmissível que qualquer outra, se propaga rapidamente na União Europeia (UE).