Ao lado de Cabrita (que não comenta), Marcelo defende que é essencial apurar-se a matéria de facto sobre acidente

Atropelamento mortal na auto-estrada do Alentejo por carro onde seguia o ministro está a ser investigado pelo Ministério Público de Évora.

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Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta manhã com Eduardo Cabrita LUSA/RODRIGO ANTUNES

O caso envolve Eduardo Cabrita, mas o ministro da Administração Interna não quis fazer qualquer comentário. Já Marcelo Rebelo de Sousa, tendo Eduardo Cabrita mesmo ao seu lado, no final de uma visita à Unidade Especial de Polícia (UEP) em Belas (Sintra), defendeu nesta quarta-feira ser “essencial” que se investigue a “matéria de facto” sobre o acidente que envolveu o carro do ministro e que provocou a morte por atropelamento a um trabalhador da limpeza da auto-estrada 6, no dia 18 de Junho.

Questionado pelo PÚBLICO sobre se a demora em haver explicações públicas sobre o acidente não se estava a tornar um “berbicacho” político para o ministro — o termo já chegou a ser usado por Marcelo a propósito das eleições de 2023  e se, por envolver governantes, não exigia mais celeridade, o Presidente da República realçou que o essencial é haver matéria de facto e que há “várias instâncias que se encarregam de investigar a matéria de facto para diversos efeitos”.

Lamentando que o acidente tenha tido "consequências mortais num cidadão”, o Chefe de Estado acrescentou que “as autoridades investigam quem quer que seja que vá dentro do veículo automóvel, quem quer que seja o cidadão que seja atingido”. “Portanto, essa investigação e esse apuramento de facto deve decorrer e a meu ver não deve depender de saber se ia A ou B ou C a conduzir, ao lado do condutor ou atrás do condutor. O que for apurado é apurado.”

Os jornalistas ainda questionaram directamente Eduardo Cabrita sobre o assunto, uma vez que era a primeira vez que o ministro surgia num evento público desde o acidente, mas este respondeu que “não é este o momento adequado” e Marcelo, em jeito de desculpa afirmou que “normalmente, quando o Presidente está presente, os ministros não falam. Mas enfim, se quiser...” O ministro, no entanto, não quis. “Não, entende que não”, disse Marcelo, enquanto Eduardo Cabrita acenava com a cabeça e se referia de forma quase imperceptível ao facto de haver uma investigação “a decorrer” para não se pronunciar.

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