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Há ratos gigantes que salvam pessoas no Camboja — uma mina de cada vez
Chegada a hora da reforma para os ratos da geração de Magawa, medalhado pela sua bravura, há uma nova recruta de ratos gigantes africanos capazes de descobrir minas por detonar no Camboja.
O Camboja recrutou a próxima geração de ratos para farejar minas terrestres, como forma de impulsionar as operações de desminagem num país atormentado durante décadas por munições não detonadas.
Vinte ratos gigantes africanos foram recentemente importados da Tanzânia, e tornaram-se alunos de uma intensa formação. "É fácil trabalhar com todos eles, não se importam com quem são os seus tratadores", disse à Reuters a treinadora So Malen, durante um exercício na sexta-feira, 11 de Junho, para sete recrutas na província de Preah Vihear, na fronteira com a Tailândia. "Qualquer um de nós pode ser o seu tratador e, o mais importante, eles não mordem."
Assolado por décadas de guerra civil, o Camboja é um dos países mais densamente minados do mundo, com mais de mil quilómetros quadrados de terra ainda contaminada. É um dos países com maior número de amputados per capita, com mais de 40 mil pessoas que perderam membros por causa dos explosivos.
A nova recruta de ratos substituirá um grupo recém-reformado que inclui Magawa, o rato que encontrou 71 minas terrestres e 38 munições não detonadas durante os seus cinco anos de carreira, de acordo com a Apopo, uma organização internacional especializada na utilização de ratos para detectar minas terrestres e tuberculose.
Magawa recebeu em 2020 uma medalha de ouro da People's Dispensary for Sick Animals, no Reino Unido, pela "bravura capaz de salvar vidas e devoção ao dever", tornando-se o primeiro rato a receber o prémio.
A tratadora So Malen afirmou que os ratos têm um olfacto extraordinário que garante resultados, e que tudo o que os separava era a sua capacidade de trabalho. "A pequena diferença é que o Magawa é um rato herói que trabalhou mais depressa do que os outros", disse So Malen.