CP reforça serviço Intercidades no Alentejo e cria ligações directas entre Évora e Beja

Há mais um comboio diário Lisboa-Évora em cada sentido e um serviço Intercidades entre Évora e Beja. Inter-regional passa a ligar Valença à Figueira da Foz.

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Nuno Ferreira Santos

Lisboa e Évora vão passar a estar ligadas por cinco Intercidades em cada sentido a partir do próximo domingo, 13 de Junho, quando entrar em vigor o horário de Verão da CP. A empresa tinha dois comboios de manhã e dois de tarde e passou a introduzir mais uma rotação a meio do dia, com saída de Évora às 11h35 e chegada ao Oriente às 13h06. Em sentido contrário, o novo Intercidades sai do Oriente às 13h32 (e de Entrecampos e Sete Rios, respectivamente, às 13h40 e 13h44) e chega a Évora às 15h05.

O quinto comboio diário acaba com um anacronismo que dura desde a implementação do serviço Intercidades para Évora. Actualmente os maquinistas e revisores deslocam-se em autocarros entre Lisboa e Évora para irem pegar ao serviço. A CP paga-lhes o bilhete do autocarro da Rede de Expressos e também do autocarro urbano dentro da cidade para se deslocarem da estação rodoviária para a estação ferroviária, onde os aguarda o comboio que irão trazer para Lisboa.

O mesmo acontece em sentido contrário: depois de fazer uma rotação Évora – Lisboa – Évora, a tripulação regressa à capital de autocarro. Agora, com um quinto comboio diário em cada sentido, as tripulações passam a fazer duas idas e duas voltas sem necessidade de viajar de autocarro para entrar ou sair de serviço. A nova rotação dá também ligação a Beja na estação de Casa Branca, mas outra das novidades do horário que entra em vigor a 13 de Junho é a criação de um serviço directo entre Évora e Beja.

A CP chama-lhe Intercidades e é verdade que ligam duas cidades, mas será realizado com automotoras diesel remodeladas porque entre Casa Branca e Beja a linha não está electrificada. As novas ligações partem de Évora às 8h09, 14h30 e 20h01 e de Beja às 6h23, 13h10 e 18h15. A viagem demora entre 1 hora e 13 minutos a 1 hora e 21 minutos e o bilhete custa 7,45 euros.

É também a partir de domingo que passa a circular um comboio directo entre Valença do Minho e Figueira da Foz, que resulta do prolongamento do Inter-Regional que faz a ligação Valença – Coimbra. No Minho a empresa reforça o serviço aos fins-de-semana com mais comboios entre Viana do Castelo e Valença e elimina transbordos em Nine, passando a fazer mais comboios directos do Porto para Viana.

Na linha do Douro a novidade consiste em prolongar até ao Pinhão um comboio que antes chegava e partia da Régua. Atenta ao renascer do turismo e ao interesse pelas viagens na linha do Douro, a empresa faz também questão que os comboios Miradouro passem a partir da estação de S. Bento, no coração do Porto, em vez de Campanhã. Estes comboios, com carruagens antigas recuperadas, circulam entre o Porto e o Pocinho, permitindo desfrutar da paisagem duriense através de janelas panorâmicas que se podem abrir.

Depois de ter resolvido o problema da falta de material circulante, acabando, assim, com o fenómeno das supressões de comboios, a administração da CP tem-se mostrado inovadora no lançamento de novas ligações. Numa política de pequenos passos, prolongou os Intercidades Lisboa – Viana até Valença logo que a linha foi electrificada, criou um Inter-Regional directo do Minho a Coimbra (que agora se estende à Figueira da Foz) e prolongou o Intercidades Lisboa – Covilhã até à Guarda aquando da reabertura deste troço. Na Beira Alta, ao estender o Intercidades Lisboa – Guarda até à Covilhã, permitiu assim uma ligação directa, sem quaisquer transbordos, entre a Cova da Beira e Coimbra. 

Esta abordagem é disruptiva em relação ao paradigma que vigorou durante décadas na CP, assente numa oferta por percursos em detrimento do funcionamento em rede, o que multiplicava os transbordos. O presidente da CP já anunciou que pretende fazer comboios rápidos directos entre Lagos e Vila de Sto. António logo que a linha do Algarve esteja electrificada, bem como prolongar o Intercidades Lisboa – Faro até Vila Real de Sto. António. A empresa também já se demonstrou disponível para retomar o serviço de passageiros na linha de Sines, na qual actualmente só passam comboios de mercadorias.

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