Uma centena de civis mortos em ataque no Burkina Faso

Homens armados atacaram um posto da milícias anti-jihadistas no Leste do país.

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O Presidente Roch Marc Christian Kaboré decretou três dias de luto nacional LEGNAN KOULA/EPA

Mais de 100 civis foram mortos num ataque de homens armados contra um posto das milícias anti-jihadistas Voluntário para a Defesa da Pátria, no Nordeste do Burkina Faso, segundo confirmou o Presidente do país, Roch Marc Christian Kaboré, na sua conta no Twitter.

O chefe de Estado decretou três dias de luto nacional pelas vítimas do ataque. “Inclino-me perante a lembrança dos cem civis mortos neste bárbaro ataque e envio as minhas condolências às famílias das vítimas”, fez saber.

“As forças de segurança e defesa estão a trabalhar duramente para encontrar e neutralizar os responsáveis por este acto desprezível”, acrescentou. “Devemos manter-nos unidos contra as forças do mal”, concluiu o Presidente, sem especificar quem seriam essas forças.

Antes, fontes locais haviam dito à emissora local Radio Omega que o ataque começou no final da noite de sexta-feira e prosseguiu durante a manhã de sábado na cidade de Solhan, província de Yagha. “Ainda continuamos a ouvir explosões. O Exército está a intervir”, disse uma testemunha dos confrontos.

Depois do ataque contra as milícias, os atacantes puseram fogo nas casas e no mercado da localidade, de acordo com fontes citadas pela Radio France Internacional.

Solhan está situada a 14 km de Sebba, a capital da província e foi cenário de vários incidentes desde o princípio do ano. Em Fevereiro, o segundo vice-presidente da câmara de Solhan foi sequestrado durante três semanas por um grupo de bandidos, do qual acabou por escapar.

Os Voluntários para a Defesa da Pátria são uma milícia que luta contra os jihadistas que semearam o terror nas zonas rurais do Burkina Faso.

Organizações humanitárias locais, como o Observatório para a Dignidade Humana, denunciam que o grupo tem actuado em várias ocasiões como “esquadrões da morte, semeando a desolação sob a bandeira da luta contra o terrorismo ao levar a cabo execuções sumárias de civis, especialmente da etnia fula, também chamada de peul.

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